O Hino nacional, A Portuguesa, esteve em grande destaque hoje durante a tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa. Foi entoado pela primeira vez aquando da chegada, à Assembleia da República, do Presidente cessante, Aníbal Cavaco Silva. Depois, já com Marcelo Presidente, no juramento sobre a Constituição da República Portuguesa. No encerramento da sessão na Assembleia da República. Durante as honras militares e revista à Guarda de Honra. E à entrada do Palácio de Belém. Cinco vezes até à hora de almoço e mais duas até ao fim do dia, segundo o protocolo.

O artigo 11º da Constituição Portuguesa, que define os símbolos nacionais e a língua oficial do país, estabelece que “O Hino Nacional é A Portuguesa.” Mas que música é esta, qual a sua história e polémicas.

A Portuguesa, com música de Alfredo Keil e a letra de Henrique Lopes de Mendonça, foi composta como forma de protesto contra a atitude dos ingleses e do governo português relativamente ao Ultimatum britânico, de 1890. Foi depois adotada pelos republicanos como hino oficial. No dia 31 de janeiro de 1891, no golpe de Estado para implantar um governo republicano que saiu frustrado, A Portuguesa apareceu já como a opção republicana para o hino nacional.

Depois da instauração da República, a 5 de outubro de 1910, a Assembleia Nacional Constituinte consagrou A Portuguesa como hino oficial do regime e símbolo nacional. E tornou-o oficial no dia 19 de junho de 1911.

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A versão oficial foi gravada em 1957, com um arranjo para orquestra sinfónica criado por Frederico de Freitas. Para esta versão optou-se por manter apenas a primeira parte do poema, composta por duas quadras e uma sextilha.

O Hino Nacional Português é tocado durante cerimónias nacionais, civis e militares, onde sejam prestadas homenagens à Pátria, à Bandeira Nacional ou ao Presidente da República.

A primeira estrofe d’A Portuguesa enaltece o passado português, relembrando os Descobrimentos dos séculos XV e XVI (“Heróis do mar, nobre povo”). Na estrofe seguinte, são relembrados os antepassados dos portugueses, cujos feitos ecoam até ao presente, para guiar o povo português (Ó Pátria sente-se a voz/ Dos teus egrégios avós,/ Que há-de guiar-te à vitória!”). A última estrofe incita ao espírito combatente e expansionista português, tentando sempre defender Portugal em todos os seus territórios, tanto terrestre como marítimos.

A frase “Contra os canhões marchar, marchar!” é uma adaptação do original que afirmava “Contra os bretões marchar, marchar”, mostrando o sentimento de revolta contra o Ultimato britânico.

"A Portuguesa"

“A Portuguesa”