As Forças Armadas Angolanas (FAA) querem criar uma base de dados e controlar as armas de guerra nas mãos de particulares, empresas privadas de segurança e as utilizadas pela polícia, face à falta de informação atual.

A posição foi transmitida aos jornalistas pelo chefe da Direção Principal de Armamento e Técnica das FAA, tenente-general Afonso Neto, à margem de uma reunião metodológica, em Luanda, sobre armamento.

“Nós, Forças Armadas, utilizamos armas e também há outros operadores, outras organizações, que utilizam armamento. Pensámos que este trabalho que estamos a fazer (registo de armas) necessariamente terá de evoluir para os outros setores (…) obrigatoriamente teremos de encontrar uma modalidade que permita que tudo o que é armamento de guerra que não esteja nas FAA seja controlado por nós”, explicou.

O objetivo passa mesmo por “absorver”, colocando em depósitos de armamento, essas armas, disse ainda.

Em Angola, e apesar de legislação já aprovada proibindo a utilização de armas de fogo, continua a ser usual observar seguranças privados a circularem e patrulharem a via pública munidos de metralhadoras e outras armas de guerra.

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A polícia angolana tem também vindo a admitir o crescente número de assaltos e outros crimes violentos utilizados com recurso a armas de guerra, sobretudo metralhadoras AK.

No último fim de semana, e apenas na província de Luanda, a polícia apreendeu 16 armas de fogo envolvidas em diversos crimes.

Além de uma base de dados com registo e informação sobre as armas de guerra, as FAA querem igualmente controlar o armamento do género na posse da polícia angolana.

“Os órgãos de polícia têm armamento de guerra que têm de ser controlados por nós. Temos de ter uma base de dados para saber que essas armas estão na Polícia Nacional”, sublinhou o tenente-general Afonso Neto, admitindo que no cenário atual não há informação sobre estas armas.

“Em toda a parte do mundo a única entidade que faz o controlo e registo das armas de guerra são as forças armadas”, concluiu o oficial das FAA.