A Turquia não readmitirá os migrantes que já se encontram nas ilhas gregas no âmbito do projeto de acordo discutido na segunda-feira com os dirigentes da União Europeia (UE), declarou, esta quinta-feira, o ministro dos Assuntos Europeus turco, Volkan Bozkir.

Numa entrevista à agência pró-governamental Anatólia, Bozkir disse que a Turquia readmitirá “dezenas de milhares” de pessoas, “não centenas de milhares ou milhões”, e estas “não incluirão os migrantes que estão atualmente nas ilhas gregas”.

Discutido na segunda-feira numa cimeira em Bruxelas e visando dar uma resposta ao afluxo caótico de migrantes à Europa, o projeto de acordo prevê a readmissão pela Turquia de todos os migrantes que cheguem clandestinamente à Grécia.

Em troca, os europeus comprometer-se-iam a aceitar um requerente de asilo sírio por cada sírio reenviado para a Turquia.

Além disso, Ancara exigiu mais três mil milhões de euros de ajuda até 2018, uma isenção de vistos para os seus cidadãos que queiram viajar para a UE a partir do fim de junho e a rápida abertura de negociações relativas a cinco novos dossiers da adesão à União.

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O acordo deve ser concluído até à próxima cimeira dos 28, a 17 e 18 de março.

A Turquia, que abriga no seu território 2,7 milhões de sírios forçados a fugirem do seu país devido à guerra, é o principal ponto de partida dos migrantes que querem chegar à Europa e os naufrágios no mar Egeu que a separa da Grécia são frequentes.

Na quarta-feira à noite, pelo menos cinco migrantes, entre os quais um bebé, morreram num naufrágio ao lado da costa noroeste da Turquia.