A secretária-geral adjunta do Partido Socialista (PS), Ana Catarina Mendes, assegurou este sábado que o PS quer um novo pacto social para o país, contando com os parceiros sociais para esta renovação. O convite aos parceiros sociais foi feito na abertura do seminário “Concertação Social: papel e prioridades”, iniciativa que o PS organizou e que juntou na sua sede, em Lisboa, membros das confederações sindicais e patronais.

“Na agenda para a década, que orienta a atividade do PS nesta legislatura, a concertação não se circunscreve à discussão das questões laborais, é muito mais do que isso. A nossa ambição é renovar o pacto social em que assenta a nossa sociedade”, disse Ana Catarina Mendes, na sessão de abertura do seminário.

A secretária-geral adjunta do PS adiantou que “é nesta renovação do pacto social” que o partido conta com a concertação social “como elemento de definição do processo de transformação económica e social que o país tem de atravessar para se manter forte e para repartir os frutos dessa força equitativamente pelos cidadãos”.

“Este pacto social tem de ser construído pelo conjunto da sociedade civil, nas suas múltiplas formas e expressões. Hoje aqui, o que o PS propõe é que se discuta a visão dos parceiros sociais sobre um novo pacto social para o país”, afirmou.

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Para a deputada, o pacto social deve permitir “reorientar a economia para as atividades mais produtoras de valor e que melhor aproveitam as principais riquezas nacionais”, como os recursos humanos, além de possibilitar um Estado “prestador dos serviços fundamentais às pessoas, famílias e empresas”.

“Esse é o pacto que deve permitir-nos corrigir as profundas desigualdades e assimetrias que persistem no país, agindo para uma sociedade mais coesa e mais justa, mas esse é também o pacto que deve permitir-nos gerar um crescimento económico mais sustentável, que não ponha em causa a nossa própria subsistência coletiva a prazo e não nos coloque entre os que usam irresponsavelmente os recursos do planeta”, defendeu.

Ana Catarina Mendes considerou também que, nos últimos quatro anos, “a direita desvalorizou a importância da concertação social e do diálogo social”. “Pensar que é colocando a economia à frente dos aspetos sociais que se alcança o progresso, é uma escolha ideológica que o PS não partilha, e essa escolha ideológica, que prefere a imposição à negociação, a homogeneidade ao pluralismo, a austeridade à coesão social, deixou um vasto desastre social nas nossas famílias”, realçou.

Nesse sentido, justificou a iniciativa com os parceiros sociais, porque o PS “acredita que só através do diálogo dinâmico, debate, construção partilhada de soluções responsáveis entre trabalhadores, empregadores e as suas organizações” se pode ter uma economia mais competitiva e uma sociedade mais equitativa na qualidade de vida dos portugueses.

Para a secretária-geral adjunta do PS, as políticas laborais saudáveis são construídas na concertação social, que deve ser reforçada. O papel e as prioridades da concentração social é o primeiro de uma série de debates que o Partido Socialista pretende promover nos próximos tempos.