A ONU suspendeu relações com Maria Sharapova como Embaixadora da Boa Vontade, na sequência dos testes de doping da tenista para o Open da Austrália terem acusado o uso de meldonium, substância proibida desde janeiro deste ano, conta o The Guardian. A tenista russa colaborava com o Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas há nove anos, essencialmente no apoio aos sobreviventes do desastre nuclear de Chernobyl.

Um porta-voz do programa da ONU garante que a organização “continua grata a Maria Sharapova pelo seu apoio pelo trabalho desenvolvido, especialmente em relação à recuperação do desastre nuclear de Chernobyl. No entanto, à luz do anúncio recente de Sharapova, suspendemos na semana passada o papel dela como Embaixadora da Boa Vontade bem como quaisquer atividades planeadas enquanto a investigação continua”.

A escolha dos Embaixadores de Boa Vontade é feita com base na “integridade da pessoa” que deve ter “a personalidade e dignidade exigidas para um representante de tão alto nível”.

As diretivas das Nações Unidas preveem que os acordos com embaixadores ou mensageiros da paz podem ser terminadas se se comprometerem com “quaisquer atividades incompatíveis com o seu estatuto ou com os propósitos e princípios da ONU, ou se a cessação for do interesse da organização”.

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A ONU não é a primeira organização a cortar relações com a tenista russa, que viu os seus patrocínios com a Nike, Porsche e Tag Heuer serem retirados depois do escândalo de doping. Sharapova foi várias vezes apontada como uma das atletas mais bem pagas do mundo, com um lucro estimado de aproximadamente 26,5 milhões de euros. A sua posição de Embaixadora da Boa Vontade rendia-lhe apenas um salário simbólico de um dólar, mas era um contrato do qual se orgulhava muito.

A nomeação tinha sido feita em reconhecimento do seu trabalho de apoio às vitimas do desastre de Chernobyl. A família da tenista fugiu de Gomel, aproximadamente a 129 km de Chernobyl, quando a sua mãe engravidou, meses depois do desastre. Enquanto Embaixadora da Boa Vontade, Sharapova criou uma fundação para apoiar as vítimas do maior desastre nuclear do mundo e doou 100.000 dólares (cerca de 90.00 euros) para ajudar jovens sobreviventes nas comunidades rurais.

A atleta russa tem uma suspensão provisória na Federação Internacional de Ténis, mas pode ser excluída do circuito mundial durante quatro anos pelo uso de meldonium.