O multibilionário norte-americano e favorito à nomeação presidencial republicana Donald Trump acha que poderão ocorrer tumultos nos Estados Unidos caso o Partido Republicano decidir indigitar outro candidato para as eleições presidenciais de novembro.

Após as primárias realizadas na terça-feira — que ocorreram em cinco grandes estados (Florida, Illinois, Missouri, Carolina do Norte e Ohio) — Trump já conseguiu angariar até à data cerca de 640 delegados, ou seja, mais de metade dos 1237 delegados necessários para conseguir a nomeação na convenção nacional republicana, agendada para julho em Cleveland (Ohio).

“Acho que teremos tumultos. Acho que teremos tumultos, represento um enorme número (…) de milhões de pessoas”, declarou o magnata, defendendo que a sua candidatura deve obter a nomeação republicana, mesmo que faltem alguns delegados para atingir a maioria.

Trump lidera neste momento a corrida republicana para a nomeação presidencial, mas o seu estilo exuberante e as suas declarações polémicas, nomeadamente sobre os imigrantes ilegais ou sobre os muçulmanos, estão a perturbar o aparelho do Partido Republicano norte-americano, com alguns nomes a sugerirem cenários alternativos e, desta forma, evitarem a eventual nomeação do multibilionário.

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Os incidentes em vários comícios do magnata, com o registo de confrontos violentos entre os apoiantes de Trump e manifestantes, e o próprio discurso do candidato perante tais factos, muitas vezes interpretado como uma incitação à violência, também estão a colocar os republicanos numa posição desconfortável.

Nas primárias de terça-feira, em que Trump triunfou na Florida mas perdeu no Ohio a favor do governador deste estado John Kasich, surgiu um plano de cenários complexos que permitiria ao aparelho do Partido Republicano preferir um candidato com menos delegados, mas potencialmente mais capaz de derrotar o candidato presidencial democrata.

Por enquanto, as sondagens nacionais mostram que Trump seria derrotado pelo futuro candidato democrata – Hillary Clinton ou Bernie Sanders – nas eleições presidenciais de 08 de novembro, que vão eleger o novo inquilino da Casa Branca para os próximos quatro anos.