Que há admiração, já é assunto de longa data. Que há convite para uma visita a Portugal do Papa, também é história que começou com Cavaco Silva e o anterior Governo. Mas hoje, depois de um “momento muito bonito, mesmo”, o Presidente da República saiu da audiência com o Papa “muito feliz” com a resposta que o Papa deu. Qual? Bom, não pode revelar, mas sempre vai confidenciando e poderá ser caso para dizer que está mais próximo da confirmação do que de uma nega.

“O Papa conhece a realidade de Portugal e a realidade de Fátima. Eu entreguei-lhe o convite formal, a carta formal. E aquilo que vos disse é aquilo que posso dizer. Neste momento entendo que não posso acrescentar nada quanto à posição do Santo Padre, mas posso dizer o meu estado de espírito, é de quem saiu muito feliz da audiência”, disse aos jornalistas em declarações na Embaixada em Roma.

Aos jornalistas, contou que da conversa com o Papa percebeu que este tem por Portugal e pelos portugueses “muito, muito apreço”. “Desde muito cedo conheceu portugueses emigrantes na Argentina, povo trabalhador, humilde, sério, fraternal e solidário. Referiu-se a Portugal de um modo, eu diria, quase carinhoso”, contou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República fez um balanço positivo da primeira visita de Estado desde que tomou posse, mas confessa que ficou impressionado com a conversa com o Papa, que durou cerca de meia-hora. “Em geral eu diria que foi um balanço muito positivo, o desta primeira visita efetuada enquanto Presidente da República a que se quis dar um cunho simbólico, muito especial. Mas muito impressiva foi a audiência com o Santo Padre, porque ficou muito patente como acompanha o que se passa em Portugal e o apreço que tem por Portugal e pelos portugueses. E isso, como Presidente da República considerei muito, muito significativo“, disse o Presidente.

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E foi por esse lado mais pessoal da visita, que Marcelo se referiu aos presentes que lhe ofereceu. Além dos paramentos desenhados por Siza Vieira, o chefe de Estado quis oferecer um registo a Santo António, da sua coleção pessoal. “Para ser um presente pessoal personalizado e que ele entendesse e compreendesse o seu significado”, explicou aos jornalistas presentes na embaixada.

O Presidente da República reuniu-se ainda de manhã com o secretário de Estado do Vaticano, que equivale ao primeiro-ministro em Portugal, onde discutiu vários assuntos como o processo europeu, a crise dos refugiados ou algumas situações de falta de paz.

Horizontal, Marcelo presidente da REpública papa francisco vaticano 17 de março

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa audiência com o Papa Francisco, no Vaticano

Já com o Papa ficou com a mensagem que este lhe deixou ao oferecer-lhe um medalhão com ramos de oliveira entrelaçados: “Os governantes têm como obrigação construir a paz. Mas isso sem dúvida que é uma mensagem que temos ouvido do Santo Padre desde o início. A preocupação com a paz no mundo, com a paz ligada ao desenvolvimento económico e social, à justiça em relação as pessoas e a preocupação com aqueles que sofrem com a falta de paz. É um tema agora muito importante para a UE por causa dos refugiados”, disse.