A indústria portuguesa gastou 323,1 milhões de euros com medidas para minimizar os impactos ambientais da sua atividade, em 2014, menos que no ano anterior, ocupando um dos últimos lugares na Europa, anunciou esta sexta-feira o INE.

Segundo os números do Ambiente elaborados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre 2010 e 2014, os gastos ambientais da indústria transformadora caíram em média 5,4% por ano, “devido sobretudo à diminuição das despesas de investimento”, e totalizaram 1,3 mil milhões de euros.

Em 2013, as despesas para prevenir e tratar a poluição tinham-se situado nos 326,2 milhões de euros e, em 2012, nos 294,3 milhões de euros.

A despesa ambiental das empresas portuguesas correspondeu a 0,19% do Produto Interno Bruto (PIB) e a 31,1 euros por habitante e por ano, um indicador utilizado para comparação com os restantes Estados membros da União Europeia, “encontrando-se Portugal nas últimas posições do ranking”, ou seja, no penúltimo lugar, somente à frente da Lituânia.

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Em 2014, a maior parte dos gastos das empresas relacionados com o ambiente, ou seja, 114 milhões de euros, foi para a gestão de resíduos, ficando a proteção da qualidade do ar e clima e a gestão das águas residuais com cerca de 22% do total cada uma, ou seja, 72 milhões de euros e 74 milhões, respetivamente.

Os setores da alimentação, bebidas e tabaco e da eletricidade, gás e água foram aqueles que mais gastaram com as medidas ambientais, ficando com cerca de um terço do total da despesa da indústria.

Entre as atividades que receberam investimento ambiental da parte do setor da eletricidade, gás e água, no período entre 2010 e 2014, estão aquelas relacionadas com o abastecimento de água às populações, a diversificação das fontes de energia primária e a limitação das emissões de gases com efeito de estufa.

O INE explica que o terceiro lugar entre os setores com maiores gastos ambientais foi variando ao longo daqueles cinco anos, passando das indústrias petrolíferas em 2010, com 10,4% do total, para as indústrias químicas em 2011, as indústrias de produtos minerais não metálicos nos dois anos seguintes e a pasta, papel e cartão em 2014.