O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, disse hoje que a candidatura das fajãs da ilha de São Jorge a Reserva da Biosfera da Unesco foi aprovada por “unanimidade e aclamação”.

“É uma excelente notícia para os Açores e, em particular, uma excelente notícia para a ilha de São Jorge. Este foi um trabalho, uma candidatura, em que houve um conjunto de entidades envolvidas, os municípios da ilha de São Jorge, um conjunto de atores locais, o Governo Regional”, afirmou Vasco Cordeiro aos jornalistas na Lagoa, ilha de São Miguel.

Para o chefe do executivo açoriano, o facto de a candidatura ter sido aprovada “por unanimidade e aclamação” é motivo de “grande satisfação”.

“Satisfação pelo mérito e pela qualidade do trabalho que foi feito, mas satisfação, também, pelas oportunidades que agora se abrem de promoção, de certificação — de certa forma é disso que falamos -, de qualificação das fajãs de São Jorge e da ilha de São Jorge como espaço privilegiado de afirmação da nossa qualidade ambiental”, adiantou.

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Questionado como vão agora os Açores potenciar esta classificação, Vasco Cordeiro acrescentou que “tendo em conta o tipo de produto turístico” que o arquipélago promove, este acaba “por ser um fator de grande importância e um valor acrescentado para esse efeito”.

“Coloca desafios e exigências do ponto de vista da própria preservação dessas áreas e do cuidado a ter com essas áreas, mas julgo que o trabalho que tem sido feito é um trabalho que deve continuar, obviamente sempre com um grau de exigência e de aperfeiçoamento que é imprescindível”, salientou Vasco Cordeiro.

O Conselho Internacional de Coordenação do Programa MaB – Man and the Biosphere (O Homem e a Biosfera), da UNESCO, classificou hoje em Lima, no Peru, as fajãs de São Jorge como Reserva da Biosfera, território que passa a integrar a Rede Mundial na sequência da candidatura apresentada pelo Governo dos Açores.

A ilha de São Jorge e as suas mais de sete dezenas de fajãs — pequenas planícies junto ao mar que tiveram origem em desabamentos de terras ou lava – constituem um património natural e cultural único no contexto da região e com enorme potencial de projeção no exterior e de geração de riqueza, refere uma nota de imprensa do executivo regional.

A classificação contempla as “áreas de núcleo, de transição e de tampão, abrangendo toda a ilha de São Jorge e uma área marinha adjacente até três milhas da costa”, adianta a mesma nota.

Este processo foi desencadeado em 2014 pela Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente, através da Direção Regional do Ambiente e incluiu também cerca de meia centena de cartas de apoio de outros países e regiões que possuem este estatuto.

As Reservas da Biosfera são zonas dos ecossistemas terrestres, costeiros e marinhos reconhecidas internacionalmente e concebidas para responder ao desafio de conciliar a conservação da natureza com a procura de um desenvolvimento económico e social e a manutenção dos valores culturais associados.

Nos Açores encontram-se agora quatro das Reservas da Biosfera existentes em Portugal: as ilhas do Corvo, Flores e Graciosa e, a partir de hoje, as fajãs de São Jorge.