Um trabalho sobre sobre racismo no fluxo internacional de trabalhadores depois da abolição da escravatura vai ser financiado com 2,2 milhões de euros pelo Conselho Europeu de Investigação. Este projeto é liderado por Cristiana Bastos, antropóloga e coordenadora do grupo de investigação Identidades, Culturas, Vulnerabilidades do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

O projeto “A cor do trabalho: as vidas racializadas dos migrantes” pretende estudar o “racismo, racializações, fronteiras e migrações”, tendo como foco “os fluxos intercontinentais de trabalhadores na pós-abolição da escravatura e as dinâmicas de inclusão/tensão/competição que se estabeleceram localmente”, refere o comunicado de imprensa da instituição.

Os avaliadores nomeados pela ERC “apontaram a originalidade e ambição” do projeto, que “abre fronteiras no estado atual do conhecimento, articulando diferentes campos científicos, metodologias, pontos de observação e metas teóricas”, refere o comunicado.

Articulando a antropologia e a história, a etnografia e o arquivo, o projeto pretende documentar casos do passado e do presente, como “as grandes deslocações de portugueses das ilhas para as plantações de açúcar no império britânico, sobretudo na Guiana, desde a década de 1830, ou, mais tarde, para a revolução industrial da Nova Inglaterra”.

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Os esquemas de financiamento do Conselho Europeu de Investigação pretendem financiar investigação de topo a nível europeu e podem ser atribuídas a investigadores de qualquer nacionalidade, desde que desenvolvam a atividade de investigação num dos 28 estados-membros da União Europeia ou nos países associados. Dentro deste programa, Cristiana Bastos irá receber uma Advanced Grant.

As ERC Advanced Grants foram desenhadas para permitir aos líderes de grupos de investigação com um percurso excecional darem continuidade a projetos de inovadores e de alto risco. A esta bolsa, que tem a duração de cinco anos, podem concorrer investigadores principais de qualquer nacionalidade e qualquer idade, desde que tenham um grupo de investigação estabelecido. As bolsas terão no máximo um valor de 2,5 milhões de euros.

Atualizado dia 22 de março com o tipo de bolsa.