O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, pede “cautela” à comunicação social, numa altura em que considera existir uma “fúria descontrolada” e que “todos os limites da racionalidade foram ultrapassados” no Brasil.

“Peço cautela extra aos agentes e faço um chamamento especial à imprensa, que leva a informação às casas e à rua”, escreveu Edinho Silva, num artigo publicado na edição de hoje do diário Folha de São Paulo.

O governante alertou que “só o funcionamento equilibrado das instituições, com sensibilidade para a disposição das forças sociais, pode dar-nos uma chance real de superar os abismos atuais, dados pela radicalização que assola o debate político”.

“Vivemos um momento em que todos os limites da racionalidade foram ultrapassados, impulsionado por pessoas que se movem por fúria descontrolada” e por “uma raiva que não poupa cores que não sejam as suas”, frisou, falando num “clima de tensão extrema”.

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Edinho Silva advertiu que “as democracias se enfraquecem e morrem quando a intolerância escala níveis sucessivos de ódio e de vontade de exterminar o que lhe é diferente”, acrescentando que “os sinais de alertas estão acesos e, por isso, é preciso cuidado máximo”.

O governante lembrou as “lições do passado”, dando o exemplo de 1964, ano em que “o vulcão da intolerância encontrou a predisposição militar para o golpe”.

“Em 1954, o suicídio de Getúlio Vargas [ex-Presidente] nos ensinou que mesmo os gestos extremados de renúncia não cancelam ajustes de contas só contornáveis com a sabedoria essencial das forças que se confrontam”, acrescentou.

O político defendeu também um “plano pactuado de reformas” que envolva as forças políticas e as instituições, avisando: “com um lado acreditando que pode jogar o outro para fora da embarcação, ou esmagá-lo, não chegaremos a lugar algum”.

Edinho Silva acusou ainda a oposição, movida por “intolerância e o interesse meramente político”, de querer impedir que o ex-Presidente Lula da Silva assuma o cargo de ministro da Casa Civil.