A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários deliberou suspender a negociação das ações do Banco BPI. A suspensão foi decidida na terça-feira, antes da bolsa começar a transacionar e mantém-se até à divulgação de informação relevante para a instituição, o que não aconteceu até ao fecho do mercado. Em causa estará o acordo entre os dois maiores acionistas do banco, o CaixaBank e a Santoro de Isabel dos Santos, que pode resultar no lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o BPI.

Desde a semana passada que há notícias de um acordo entre o banco catalão e a empresária angolana que deverá passar pela venda da posição do BPI no Banco do Fomento Angola (BFA) a Isabel dos Santos que, por sua vez, poderá vender a sua posição no banco português. Como o CaixaBank já controla cerca de 44% do capital irá alcançar o controlo acionista, o que poderá implicar o lançamento de uma OPA.

Mas para que este cenário se concretize, é necessário que a empresária angolana viabilize o fim do limite aos direitos de voto no BPI que atualmente está nos 20%. Há um ano, o CaixaBank lançou uma OPA sobre o BPI, mas a oferta foi travada por causa do chumbo à desblindagem dos direitos de voto. Desde então, o banco português tem vivido um bloqueio acionista com Isabel dos Santos a inviabilizar a solução proposta pela gestão para diminuir a exposição ao BFA, cumprindo a imposição do Banco Central Europeu.

Na segunda-feira, as ações do BPI valorizaram 2,87% para os 1,325 euros por ação. A cotação está ainda 0,4 cêntimos abaixo do preço oferecido pelo CaixaBank em fevereiro de 2015 que foi de 1,329 euros por ação.

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