Transparência, mobilidade e recolha de lixo são algumas das medidas que a candidata à câmara municipal de Roma Virginia Raggi quer implementar, caso ganhe as eleições locais que se realizam em junho de 2016.

A candidata quer acabar com a acumulação de lixo na cidade, os transportes públicos inseguros, bem como o estacionamento ilegal, e pretende travar o aumento dos parques de estacionamento. “A nossa visão passa por criar uma cidade viável, algo que não é neste momento, para todos os romanos que cá vivem e para os turistas que se confrontam com uma Roma devastada”, disse Raggi ao jornal inglês The Guardian.

A advogada e ex-membro da assembleia de Roma surge como uma das favoritas para as eleições para a câmara municipal de Roma, após a demissão Ignazio Marino. Em caso de vitória, Raggi será a primeira mulher a liderar a capital italiana, o que traduzirá uma vitória importante para o Movimento Cinco Estrelas, o partido populista e eurocético fundado em 2009 pelo comediante Beppe Grillo, que é agora o segundo partido mais popular de Itália. Questionada sobre o atual primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, a candidata afirmou que “trabalha para os bancos e não para os cidadãos”.

Virginia Raggi manifestou-se contra um fenómeno recorrente em Roma: muitos utilizadores dos transportes públicos não pagam as tarifas.”É necessário haver mais controlo e é preciso obrigar as pessoas a entrarem pelas portas da frente dos autocarros. Este tipo de coisas é comum lá fora, mas cá não há esse hábito. Temos de trazer a legalidade de volta, algo que não está presente em Roma”, afirmou Raggi.

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A substituição da frota dos autocarros com 15 anos de uso por autocarros híbridos, bem como o controlo da empresa Uber, são algumas das medidas que Raggi que pôr em pratica, em caso de vitória.

No entanto, Raggi sabe que tem de enfrentar a corrupção e a má gestão que considera existirem em vários serviços públicos, colocando Roma como uma das cidades onde o crime organizado mais atua em Itália. Contudo, a candidata acredita que é preciso mais transparência e mais controlo: “Há muitas pessoas em Roma que querem trabalhar honestamente”.

Sobre a questão de saber se a Itália deve fazer um referendo acerca da manutenção do país na zona euro, Raggi defende que os cidadãos devem ser livres de falar sobre o assunto, mas também reconhece que a Itália está melhor na Europa do que fora. “É difícil sair da Europa, mas a Europa precisa de mudanças”, defendeu a candidata.

Virginia Raggi defende, ainda, os mesmos direitos para pais do mesmo sexo, bem como algum controlo na questões dos refugiados. Apesar disto, a sua candidatura foi posta em causa, devido a um trabalho antigo como aprendiz numa firma de advogados de Cesare Previti, ex-ministro da Defesa condenado à prisão. Raggi respondeu a estes comentários colocando uma pergunta. “A mensagem que é transmitida é que se és um advogado que defende um criminoso, também és um criminoso. Se fores um médico que trate de um mafioso, também és mafioso?”.