A companhia aérea EasyJet está a avaliar as rotas que a TAP vai suspender a partir do próximo fim de semana, depois da concorrente Ryanair já ter anunciado que vai operar a ligação a Milão.

“Estamos a olhar para o mercado e para oportunidades que estão a surgir para continuar a história de êxito no aeroporto do Porto”, disse à Lusa o diretor comercial da EasyJet em Portugal, José Lopes, quando questionado sobre o interesse nas quatro rotas suspensas pela transportadora nacional.

Um ano após a abertura da base no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, a companhia aérea britânica transportou mais de um milhão de passageiros de e para o Porto, tendo como meta crescer 40% em 2016 para os 1,4 milhões de passageiros.

“Além das rotas que normalmente analisamos em todas as temporadas, logicamente quando existem grandes alterações no mercado, como é o caso, também olhamos para essas rotas. Está a ser fruto de análise e atempadamente vamos tomar decisões sobre esse tema”, declarou o responsável da EasyJet.

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Em janeiro, a TAP anunciou a suspensão das ligações diretas do Porto para Barcelona (Espanha), Bruxelas (Bélgica) e Roma e Milão (Itália) a partir de 27 de março, alegando que estas rotas são deficitárias.

Em declarações à Lusa, José Lopes afirmou que “o aeroporto do Porto é estratégico para a companhia” de baixo custo, o que levou ao reforço da frota com um terceiro avião e ao lançamento de uma nova rota para o Funchal, a partir de maio.

Questionado sobre o desafio lançado pela Câmara do Porto à Ryanair, de substituir os voos cancelados pela TAP, o diretor comercial da EasyJet disse que não vê “necessidade” de “ser chamado por terceiras partes para tomar decisões”.

“Não vimos como uma necessidade ser chamado por terceiras partes para tomar decisões. Havendo oportunidades que nos pareçam interessantes iremos avançar nesse sentido”, acrescentou.

Em novembro, a EasyJet anunciou a decisão de instalar um terceiro avião em permanência na base do Porto, um Airbus 320, num investimento aproximado de 75 milhões de euros, com o objetivo de aumentar o número de frequências e operar a nova rota com destino ao Funchal, que terá quatro frequências semanais.

Entre pilotos e pessoal de cabine, o reforço da operação no Porto levou à criação de 40 postos de trabalho diretos.