A Coreia do Norte divulgou este domingo um vídeo de propaganda em que mostra um míssil a devastar Washington e termina com a bandeira dos Estados Unidos da América em chamas.

O filme, de quatro minutos, brinca com a história das relações entre os EUA e a Coreia do Sul e acaba com uma sequência criada digitalmente em que um míssil surge das nuvens e cai em frente do Lincoln Memorial, em Washington.

Em seguida, o Capitólio (o edifício onde se reúne o Congresso dos EUA) explode com o impacto e aparece uma mensagem em coreano: “Se os imperialistas norte-americanos avançarem uma polegada na nossa direção, serão imediatamente atingidos com [armas] nucleares”.

O vídeo foi publicado no ‘site’ de propaganda norte-coreano DPRK Today e inclui também imagens da Guerra da Coreia (1950-53), do sequestro do navio de espionagem dos EUA Pueblo (em 1968) e da primeira crise relacionada com o programa nuclear da Coreia do Norte, no início dos anos de 1990.

O regime de Pyongyang intensificou a propaganda e as ameaças de ataques a outros países nas últimas semanas em resposta ao exercício militar conjunto que os EUA e a Coreia do Sul estão a fazer em território sul-coreano, o maior de sempre.

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Na sexta-feira, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-u, supervisionou um simulacro de ataque armado a instituições governamentais da Coreia do Sul e fez novas ameaças militares ao país vizinho.

O jovem ditador dirigiu o exército com fogo real, simulando “fazer explodir Cheongwadae [a Casa Azul presidencial] e os órgãos reacionários em Seul” com os disparos de “mais de uma centena de peças de artilharia de longo alcance”, indicou agência KCNA.

“Os canhões de artilharia abriram fogo com um ruído ensurdecedor, atingindo fortemente os alvos imaginários: Cheongwadae e as máquinas de poder de Seul”, descreveu a agência. Pyonguang já havia ameaçado atacar militarmente a Casa Azul, residência da Presidente Park Geun-hye, dois dias antes.

Em resposta, a chefe de Estado sul-coreana ordenou, na quinta-feira, ao Governo que aumentasse o nível de vigilância e pediu às Forças Armadas para se prepararem para responder “de maneira agressiva” a qualquer ação armada do país vizinho.

As Coreias vivem um momento de tensão depois de a Coreia do Norte ter feito o seu quarto teste nuclear no início de janeiro e lançado um ‘rocket’ espacial em fevereiro, considerado um ensaio de mísseis encoberto.

Em resposta, o Conselho de Segurança da ONU impôs fortes sanções financeiras e comercias ao país, enquanto os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão ditaram medidas punitivas adicionais de forma unilateral.