O coordenador para o antiterrorismo da União Europeia (UE), Gilles de Kerchove, alertou para o risco de os ‘jihadistas’ cometerem ciberataques nas centrais nucleares da Bélgica e noutras infraestruturas do país, no espaço de cinco anos.

Em entrevista ao jornal Libre Belgique, hoje publicada, De Kerchove diz que é “incapaz de dizer se há falhas na proteção” das centrais nucleares belgas, mas admite que não se surpreenderá que “no futuro, o setor nuclear seja alvo de ciberataques”.

“Não creio que o ciberterrorismo seja já uma realidade, mas não estranharia que nos próximos cinco anos haja tentativas de utilizar a internet para cometer atentados”, afirmou, acrescentando que estes ataques poderiam afetar “o centro de gestão de uma central nuclear, de uma barragem, de um centro de controlo do tráfego aéreo ou um sistema de cruzamento de linhas dos caminhos-de-ferro”.

Por isso, Gilles de Kerchove considera que é urgente investir no reforço da segurança dos sistemas informáticos de controlo destas infraestruturas, advertindo que “as novas tecnologias podem permitir que um indivíduo isolado possa cometer um atentado de grande escala”.

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Os responsáveis dos atentados em Bruxelas estariam a planear também um ataque às centrais nucleares do país, o que levou a elevar os níveis de alerta nestas unidades.

Além disso, o responsável europeu disse também que o Estado Islâmico “demonstrou uma enorme sofisticação no uso das redes sociais” e que “há uma geração que nasceu com a internet” e que é aficionada às novas tecnologias.

De Kerchove alertou ainda para a ameaça da “miniaturização dos explosivos e da biotecnologia” e deu mesmo um exemplo: “seria possível, através da biotecnologia de síntese, manipular um vírus do tipo do ébola”.

O coordenador para o antiterrorismo da UE adiantou que a Comissão está a refletir sobre a melhor maneira de aumentar a defesa dos Estados Membros a eventuais ciberataques.