A Economist Intelligence Unit (EIU) reviu em forte baixa a previsão de crescimento da economia de Angola, para 1,1 por cento, argumentando com a produção de petróleo abaixo do previsto e a manutenção dos preços baixos este ano.

“Dado que esperamos que o preço do petróleo fique nos 42,9 dólares, em média, em 2016, e os aumentos na produção local vão manter-se abaixo das previsões oficiais, antecipamos agora que o crescimento abrande significativamente para 1,1%, o que significa que o PIB real per capita vai diminuir pelo terceiro ano consecutivo”, diz a unidade de análise económica da revista britânica The Economist.

De acordo com o Relatório do País, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, esta revisão da previsão de crescimento do PIB este ano para o valor mais baixo de todas as instituições e organismos internacionais é justificada essencialmente pela produção e preço do petróleo, que a EIU diz que vai ser mais baixo que as previsões do Governo.

Os analistas da revista britânica lembram que “o Governo está a projetar um crescimento de apenas 3,3%, abaixo da revisão do PIB em 2015, para 4,4%” e acrescentam que o Executivo “espera que o crescimento não petrolífero se mantenha fraco, embora a agricultura vá crescer 4,6%”.

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No entanto, acrescentam, “o desempenho do setor dos hidrocarbonetos vai manter-se crucial, e as projeções oficiais para um abrandamento do crescimento em 2016 são largamente explicadas pela expectativa das autoridades de que a produção local vai expandir-se mais lentamente que o inicialmente previsto, e que os preços internacionais do petróleo vão manter-se relativamente baixos, nos 45 dólares por barril”.

A EIU diz, no entanto, que o crescimento da economia de Angola vai acelerar nos próximos anos, antecipando que “uma subida ligeiramente mais sólida na despesa pública e privada, acompanhado de uma recuperação dos preços do petróleo, deve permitir uma aceleração do PIB para 3,8% em 2018, antes de uma nova descida nos preços do petróleo e uma produção local mais moderada levarem o crescimento a abrandar para 2,5% em 2020”.

A taxa de inflação, dizem, deverá aumentar quase 50% face aos valores do ano passado, passando de 10,3% em 2015, para 14,7% este ano, e depois descendo fortemente pra 8,4% entre 2017 e 2020.