A greve de um dia de trabalhadores dos CTT, convocada pelo sindicato dos trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), um dos 11 sindicatos do setor, arranca às 00h00 de segunda-feira, mas os Correios preveem “normalidade no serviço postal”.

Todos os sindicatos dos trabalhadores dos CTT chegaram na quarta-feira a acordo com a administração dos Correios, liderada por Francisco Lacerda, quanto aos aumentos salariais, à exceção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), que considera o aumento salarial proposto pela administração dos CTT “ofensivo”, mantendo por isso a greve de segunda-feira.

“A proposta de aumentos salariais é ofensiva, tendo em atenção que o presidente do Conselho de Administração dos CTT ganha um milhão de euros por ano”, apontou na quarta-feira o secretário-geral do SNTCT, Vítor Narciso, explicando que o que seria “razoável” para o sindicato seria um aumento “nunca menor a 2%”.

O dirigente do SNTCT, sindicato que afirma representar “5.200 trabalhadores, ou seja, quase 50%” dos funcionários do grupo CTT, afirmou que “os trabalhadores não tiveram aumentos salariais em seis anos, perderam o poder de compra devido à inflação e aumento de impostos e agora é proposto este aumento de 10 euros, que representa 33 cêntimos por dia”.

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Além da greve, o sindicato vai “fazer um pedido de conciliação ao Ministério do Trabalho”, estando a ser ponderada uma semana de luta entre 25 e 29 de abril.

Já os CTT informaram em comunicado na quinta-feira a população da existência de um pré-aviso de greve geral para segunda-feira, mas acrescentaram que “preveem normalidade no serviço postal”.

“De modo a salvaguardar ao máximo o serviço aos seus clientes, e apesar de não se preverem condicionalismos significativos na atividade postal, os CTT desencadearam os habituais planos de contingência”, referiram os CTT.

Entre estes, destacam, está “a priorização de todo o correio prioritário e EMS [serviço expresso], bem como o correio social (contendo vales de prestações sociais) no dia da greve” e a organização do circuito postal de modo a antecipar a entrega de alguma correspondência.

Os CTT chegaram na quarta-feira a acordo com 10 dos 11 sindicatos para a atualização da remuneração fixa dos seus trabalhadores em 2016.

As atualizações preveem aumentos de 1,3% nas remunerações até 1250,90 euros, com a garantia de um aumento mínimo de 10 euros neste escalão de rendimentos, mas atingindo um aumento máximo de 1,9% no escalão mínimo da tabela salarial.

As remunerações entre 1250,91 euros e 1872,70 euros contarão com um aumento salarial de 0,9% e as que se situam entre 1872,71 euros e 2753 euros aumentarão 0,7%, estando previsto o pagamento de retroativos a 01 de janeiro.

O acordo alcançado entre a administração e os restantes sindicatos define que o aumento de 1,3% abrange 8.000 trabalhadores, a subida de 0,9% abrange 1.600 trabalhadores e a de 0,7% aplica-se a 350 trabalhadores.

A assembleia-geral anual dos acionistas dos CTT está agendada para 28 de abril. O SNTCT, adiantou Vítor Narciso, representa carteiros, trabalhadores do atendimento e quadros médios e superiores da empresa.

No final do ano passado, o SNTCT tinha proposto um aumento de 4% dos salários em 2016, com subida mínima de 35 euros.