Faleceu este domingo a Madre Maria Angélica da Anunciação, fundadora do grupo global católico de rádio e televisão Eternal Word Television Network (EWTN). A “madre Angélica”, como era conhecida, foi uma figura essencial na evangelização pela televisão. Morreu aos 92 anos em Alabama (EUA), a sua terra natal, devido a sequelas de um derrame cerebral de que foi vítima em 2001.

A cadeia que fundou conta hoje com 11 canais transmitidos 24 horas por dia em várias línguas. É ainda dona do “jornal católico mais antigo dos Estados Unidos”, o National Catholic Register, da Catholic News Agency e da ACI Prensa (Agência Católica de Informações em espanhol sedeada no Perú).

Em 2009, recebeu do Papa Bento XVI o mais alto reconhecimento que pode ser outorgado por serviços à Igreja – a medalha Pro Ecclesia et Pontifice. Também o Papa João Paulo II era seu admirador e o Papa Francisco, durante o voo entre Cuba e o México em fevereiro, pediu “que reze por mim. Deus a abençoe madre Angélica.”

Nasceu Rita Antoinette Francis Rizzo no seio de uma família pobre e problemática. Com 21 juntou-se à ordem das Clarisas Pobres, em Cleveland, e em 1960 fundou o Mosteiro de Nossa Senhora dos Anjos, em Irondale, Alabama. Foi aí que lançou o ETWN, que viria a tornar-se na maior cadeia de evangelização do mundo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O estilo enérgico e direto e as suas opiniões ortodoxas conquistaram-lhe uma legião de admiradores, mas também de críticos. Se, por um lado, os seus discursos diretos e transparentes agradavam a milhões de seguidores, por outro os mais conservadores apontavam-lhe “falta de sofisticação intelectual”.

Raymond Schroth, sacerdote jesuíta, publicou um artigo no National Catholic Reporter, em 1994, em que dizia que “qualquer pessoa que veja o EWTN tem que concluir que o catolicismo é uma Disneylandia de pseudomilagres com uma devoção que exalta Maria sobre Jesus, mais determinado a sufocar o Espírito que a permitir-lhe falar”.

O grupo respondeu dizendo que era “leal” ao Vaticano.

Robert Bentley, governador de Alabama, prestou-lhe homenagem lembrando que “deixou uma marca indelével em Alabama, na Igreja Católica e no mundo como um todo”.