Depois de ter estado dez meses sob o domínio do Estado Islâmico, a cidade síria de Palmira, património mundial da UNESCO, foi reconquistada pelo exército do regime de Bashar al-Assad. Agora que surgem as primeiras imagens depois da operação militar de sábado, fica provado que aquele grupo terrorista destruiu alguns dos monumentos ali situados, mas que também poupou outros.

Foi essa a avaliação que fez o diretor-geral de Antiguidades e Museus da Síria, Maamoun Abdelkarim, em declarações à AFP. Abdelkarim disse que, antes de entrarem em Palmira, as autoridades “estavam à espera do pior” mas que “de forma geral o cenário está em boa forma”.

Entre os monumentos destruídos estão os templos de Bel e Baalshamin e o Arco do Triunfo desta cidade que em tempos pertenceu ao império romano. Segundo o The Guardian, foram poupadas a Ágora e o anfiteatro romano. Este último foi utilizado por aquele grupo terrorista para fazer execuções.

“Estou pronta para enviar urgentemente uma equipa de peritos para fazer uma avaliação dos danos na cidade património mundial da UNESCO de Palmira”, disse no domingo a diretora daquele órgão, Irina Bokova, num comunicado oficial. Na mesma nota, é referido que Bokova entrou em contacto o Presidente russo, Vladimir Putin, para discutir a proteção e a preservação daquela cidade.

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A UNESCO informou ainda que vai promover uma conferência de peritos em restauro “no final de abril” onde o tema central será a recuperação do património cultural sírio.

Palmira foi recapturada ao Estado Islâmico depois de ter sido tomada por aquele grupo terrorista em maio de 2015. A reconquista foi conseguida pelo exército sírio, que contou com o auxílio militar da Rússia, que interveio com bombardeamentos aéreos. Bashar al-Assad aproveitou a ocasião para enaltecer o exército sírio e os seus aliados: “A libertação da cidade histórica de Palmira é um feito importante e prova a eficácia da estratégia adotada pelo exército sírio e pelos seus aliados na guerra contra o terrorismo”.

“Restaurámos a segurança e a estabilidade de Palmira e conseguimos controlar as colinas em torno da cidade”, disse o exército sírio num comunicado, citado pelo The Guardian.