A Agência Aeroespacial do Japão (JAXA) detetou a presença de objetos junto à órbita do satélite Astro-H, que tem tido problemas em contactar, o que pode sinalizar que sofreu danos.

Através do radar e dos telescópios de um centro de observação e investigação de “lixo espacial” situado em Okayama (oeste japonês), foi possível detetar a presença de dois objetos “em torno da órbita original do satélite”, explicou a JAXA num comunicado publicado esta quarta-feira.

Estes corpos poderiam ser fragmentos do Astro-H, com o qual a JAXA foi incapaz de comunicar no passado dia 26 quando estava previsto o início das suas operações.

O Astro-H tem 14 metros de comprimento e nove de largura e pesa 2,7 toneladas, sendo o satélite mais pesado lançado até hoje pelo Japão.

Desenvolvido conjuntamente pela JAXA, pela agência espacial norte-americana (NASA) e outros grupos, o objetivo era que o satélite ficasse em órbita para observar os raios-X emitidos principalmente por buracos negros e agrupamentos de galáxias distantes, através dos seus detetores de raios gama e quatro telescópios de raios-X.

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O satélite foi transportado pelo foguetão japonês H-ITA, lançado a partir do centro espacial da ilha de Tanegashima, no sudoeste do Japão.

O Centro Conjunto de Operações Espaciais (JSpOC) norte-americano, que rastreia objetos artificiais que orbitam em torno da Terra, informou, na segunda-feira, através da rede social Twitter, que observou cinco objetos próximos do satélite de observação espacial, sugerindo que o aparelho pode ter sofrido várias “ruturas”.

A JAXA explicou esta quarta-feira que conseguiu estabelecer brevemente a comunicação com o Astro-H a partir de duas estações de monitorização situadas em Santiago de Chile e Uchinoura (sudoeste do Japão), muito perto do local onde foi lançado o aparelho.

Contudo, “não foi capaz de estabelecer o estado operativo, dado que o intervalo temporal para receber sinais foi muito curto”, informa o comunicado.