O candidato à nomeação republicana para as eleições à Casa Branca, Donald Trump, acrescentou esta quarta-feira mais uma frase à coleção de sucessivas intervenções polémicas durante a sua campanha para as primárias do partido. Desta vez, o tema foi o aborto. Trump declarou numa entrevista à MSNBC que as mulheres que optem pela interrupção voluntária da gravidez devem enfrentar “algum tipo de punição” se o procedimento foi proibido por lei.

Para Trump, este é “um problema muito sério” e reconhece que a proibição pode levar à prática de abortos ilegais. “Voltaríamos a uma posição como elas [as mulheres] tinham onde talvez tinham de ir a lugares ilegais, mas temos de proibi-lo”, defendeu.

O candidato, no entanto, recusou-se a especificar qual seria a pena atribuída às mulheres que avancem com o procedimento, caso este seja considerado ilegal.

As declarações de Trump fazem parte de uma entrevista que será exibida esta quarta-feira pelo canal MSNBC. Veja no vídeo abaixo o momento em que o empresário comenta a questão:

As declarações de Trump causaram furor nas redes sociais e levaram a porta-voz do republicano, Hope Hicks, a divulgar uma declaração de imprensa em que o candidato afirma que “esta questão não está clara e deve ser colocada de volta para os Estados decidirem. Como Ronald Reagan, eu sou ‘pró-vida’ com exceções, que já destaquei diversas vezes”, em citação da CNN.

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Entretanto, a candidata à nomeação democrata, Hillary Clinton, não deixou passar a oportunidade para voltar a criticar o empresário. “Justo quando pensas que não poderia ficar pior. Horrível e revelador”, criticou.

Bernie Sanders veio em seguida e qualificou a declaração de Trump de “vergonhosa”.

O senador Ted Cruz, principal oponente de Trump nas primárias republicanas, aproveitou a polémica para marcar um discurso diferente do empresário. Em entrevista à CNN, o seu porta-voz, Chad Sweet, afirmou que o candidato “centra-se em punir aqueles que realizam as práticas de aborto, não as mulheres que o fazem”.