A autarquia da Figueira da Foz está a equacionar a hipótese de a ponte militar prevista para ser instalada na EN 111 poder vir a ligar diretamente a autoestrada A14 àquela via, mantendo as obras em curso no local.

Esta possibilidade foi hoje adiantada num encontro que juntou técnicos da autarquia e da proteção civil municipal da Figueira da Foz e representantes do Exército, Brisa e da empresa responsável pela intervenção na autoestrada 14 (A14), onde ocorreu no fim de semana um aluimento de terras que cortou a ligação automóvel entre aquela cidade e Montemor-o-Velho.

“Toda a gente acha que a solução é equacionável”, disse à agência Lusa Carlos Monteiro, vereador com o pelouro das obras municipais, adiantando que não existindo qualquer problema técnico que a inviabilize a opção de “ligação direta” à autoestrada permite continuar a obra de construção de uma ponte em betão na estrada nacional (EN) 111 “e terminá-la o mais cedo possível”.

A opção hoje discutida na reunião passa, assim, pela instalação de uma ponte militar com 55 metros de comprimento e 40 metros de vão entre a A14 e a EN 111, por cima da chamada Vala Real, junto ao nó da autoestrada em Santa Eulália, que, a efetivar-se, como que recupera o anterior percurso daquela estrada nacional, existente naquele local antes da construção, em 1994, do IP3 (hoje A14).

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Carlos Monteiro ressalvou, no entanto, que a opção está dependente da “articulação” com a empresa Infraestruturas de Portugal, proprietária dos terrenos e da própria Brisa, a quem caberá a “palavra final”, mantendo-se os prazos de instalação da ponte militar – até aqui prevista apenas para o troço em obras da EN 111 – que deverá iniciar-se na quarta-feira e decorrer durante sete a nove dias.

“Queremos manter o prazo, não se está a inventar nada para protelar, esta alternativa não pode ser mais morosa”, frisou Carlos Monteiro.

Ainda segundo o vereador, a opção por uma ponte de 55 metros ao invés de outra, de 36 metros, é para permitir o trânsito de veículos pesados.

Contactado pela agência Lusa, o diretor de comunicação da Brisa, Franco Caruso, disse que a concessionária da autoestrada “não tem qualquer comentário a fazer” nesta altura sobre a opção da ponte militar ligar diretamente àquela via.

A A14 está interdita à circulação automóvel, na zona de Maiorca, concelho da Figueira da Foz, desde as 08:30 de domingo, na sequência de um aluimento do piso.

A EN111, que deveria funcionar como “alternativa natural” à autoestrada A14, está também interrompida ao trânsito, nos dois sentidos, devido a obras na zona das Pontes de Maiorca, estando o tráfego entre a Figueira da Foz e Coimbra a processar-se por vias secundárias, num percurso de 12 km entre Quinhendros (Montemor-o-Velho) e Maiorca, onde regressa à EN111.

O diretor de comunicação da Brisa reafirmou que o prazo de intervenção na A14, para reparação do aluimento verificado e cujas obras se iniciaram hoje, é de seis a sete semanas, pouco mais de um mês e meio.