O centro comercial Les Halles, em Paris, esteve à espera de uma mudança de visual durante décadas, mas a nova cobertura de 7 mil toneladas de aço e vidro é considerada insípida, institucional e exagerada. E custou mil milhões de euros.

“Ferro, ferro e nada mais além de ferro”, foi o que o imperador Napoleão III exigiu para o seu novo mercado no centro de Paris na década de 1850. Os pavilhões de ferro e vidro, desenhados pelo arquiteto Victor Baltard, foram demolidos na década de 1970 e foi criado um centro comercial subterrâneo com tetos de vidro. Esta obra ao antigo mercado é considerada pelos especialistas como um dos maiores vandalismos do ponto de vista arquitetónico. Apelidado do “buraco de Les Halles”, com um parque onde ocorrem negócios de droga, o local tem sido um considerado uma vergonha nacional.

Mas a última ideia para este edifício histórico, pretende devolver algum do espírito do antigo mercado de Baltard com a construção de uma das maiores palas de sempre, feita de aço e vidro.

Revelada esta semana, sabe-se que a restruturação do edifício custará mil milhões de euros e será o maior projeto para uma infraestrutura em Paris em décadas. O objetivo é o de tornar apelativo o local onde passam mais de 750 mil pessoas por dia devido à maior estação de metro da Europa. As remodelações melhoram ainda os acessos ao centro comercial, mas a peça principal do investimento é a nova e gigantesca cobertura do espaço, apelidada de “The Canopy”, que ocupa 2.5 hectares.

Contudo, o arquiteto responsável pela obra, Patrick Berger, queria que esta nova cobertura desse a sensação às pessoas de estarem a andar por uma floresta cheia de luz e calor, que não é o que se verifica no resultado final. É insípido e escuro, criticam, apesar da sua cor alaranjada.Mesmo assim, a presidente da câmara de Paris quer transformar Les Halles num centro com mais serviços, como uma nova biblioteca, um conservatório de artes e um centro de hip-hop naquele que é um dos locais com mais movimento na capital francesa.

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