Funcionários de investigação criminal da PJ concentram-se quinta-feira à porta da sede em Lisboa e dos vários departamentos espalhados pelo país, em protesto pela saída do Gabinete Nacional da Interpol e da Unidade Nacional Europol daquela polícia.

Segundo o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC/PJ), as várias concentrações de funcionários devem começar às 17h15, logo após a realização de uma reunião geral de trabalhadores (RGT).

Aos funcionários da PJ foi pedido para irem vestidos de preto para as diversas concentrações que decorrerão em simultâneo.

A ASFIC, num comunicado divulgado na quarta-feira, explicou que a iniciativa vai ao “encontro do imenso clamor de indignação e de vontade de resistência que percorre toda a Polícia Judiciária, todas as carreiras profissionais que nela laboram, todos os patamares hierárquicos, incluindo a própria Direção Nacional da PJ, face à ‘extorsão’ iminente dos instrumentos de cooperação policial internacional (Gabinete Nacional Interpol e Unidade Nacional Europol), que o Governo pretende perpetrar”.

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Na semana passada, a ASFIC já havia manifestado perplexidade com a decisão anunciada, alegando que esta constitui “um atentado à integridade da investigação criminal e uma mutilação” desta polícia.

O Conselho Superior de Segurança Interna decidiu criar um Ponto de Contacto Único Nacional para efeitos de cooperação policial internacional.

O Ponto de Contacto é chefiado pelo secretário-geral do Sistema de Segurança Interna e junta o Gabinete Nacional SIRENE (GNS), o Gabinete Nacional Interpol (GNI), a Unidade Nacional Europol (UNE), Oficiais de Ligação, os Centros de Cooperação Policial e Aduaneira (CCPA) e os Pontos de Contacto Prum (PcPrum).

Na última sexta-feira, a ministra da Justiça disse aos jornalistas que o sistema Schengen “exige a concentração das estruturas nacionais, Europol, Interpol e Schengen, numa mesma unidade”.