Quem são os 240 portugueses que aparecem nos Panama Papers? O Expresso e a TVI divulgam apenas alguns nomes, numa lista extensa e muito diversa, da qual fazem parte, por exemplo, segundo os dois meios portugueses que fazem parte do consórcio internacional de jornalistas que investiga o escândalo, um ourives do Porto, donos de empreendimentos turísticos do Algarve e um empresário ligado ao futebol ainda não identificados. Os documentos incluem ainda pelo menos 13 escritórios de advogados, muitos empresários ligados ao imobiliário e empresas de comércio internacional.

Do total de ligações portuguesas identificadas na investigação à empresa do Panamá, que vem desde 1977, há 43 offshores ainda ativas que tiveram intermediários portugueses. Mas muitos dos nomes que fazem parte dos documentos agora revelados naquela que já é considerada a maior fuga de informação de sempre surgem ligados a offshores que entretanto foram encerradas.

O relacionamento dos nomes portugueses com as offshores criadas pela empresa de advogados Mossak Fonseca é contudo muito diferente. Expresso e TVI falam em casos de acionistas diretos, donos indiretos, representantes legais ou meros pontos de contacto com aqueles que são os beneficiários finais. Quanto a locais, surgem sobretudo o Panamá e as Ilhas Virgem britânicas.

A Palimpsest Inc (com sede no Panamá) e uma morada no Estoril, encerrada em 2003, é o registo mais antigo de uma offshore com intermediário português a surgir nos documentos da Mossack Fonseca: foi criada em abril de 1979.

Quanto aos quase 90 intermediários ou assessores portugueses que terão estado envolvidos com a Mossack Fonseca surgem nomes como a Abreu Advogados, ou empresas de planeamento fiscal, como a FTA Consulting, de Lisboa, a TPM Tax Planning Management, do Funchal, a Tallantyre Consultants, de Cascais, ou a já extinta Startrade Management, da Madeira, listam o Expresso e a TVI.

A Abreu Advogados, que tem escritórios em Lisboa, no Porto e na Madeira reagiu ao Expresso invocando “sigilo profissional” para não entrar em pormenores e dizendo que a sociedade “cumpre escrupulosamente todos os procedimentos legais de acompanhamento dos seus clientes” e que “age de modo socialmente responsável” numa atividade “conduzida com transparência” e com “elevados padrões éticos”.

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