A organização Mothers For Life (Mães pela Vida) é uma rede de mães de sete países europeus e norte-americanos cujos filhos foram recrutados por grupos jihadistas que recorre à rede social Twitter para tentar “resgatar” os filhos do grupo terrorista.

O grupo envolve mulheres do Chipre, Itália, Alemanha, Suécia, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Holanda, Inglaterra, Estados Unidos e Canadá. Algumas das são muçulmanas, mas mais de metade professa outras religiões ou não tem nenhuma religião definida. As mulheres recorrem às redes sociais com o objetivo de “recuperar” os filhos e dinamizar formas de evitar o radicalismo dos jovens.

Karolina Dam, uma mãe dinamarquesa, é uma das mulheres que faz parte da Mothers For Life. O filho Lukas tinha 18 anos quando foi morto durante um ataque aéreo norte-americano na cidade síria de Kobani, conta o jornal El Mundo. Ela só percebeu o que havia acontecido com o filho quando uma noite um homem que tinha ligações aos recrutadores do Estado Islâmico lhe bateu à porta a contar o sucedido.

Christianne Boudreau, que atualmente lidera o grupo de mães tomou conhecimento que o filho morreu quando outro homem lhe bateu à porta. Era jornalista e mostrou-lhe uma ligação para um tweet que anunciava que tinha sido morto na Síria, como combatente do Estado Islâmico, refere o The Guardian.

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O palco privilegiado da organização é precisamente a rede social Twitter, onde a rede se define como um grupo de “mães que procuram sarar em conjunto, através de vários projetos e da procura de soluções positivas, depois de terem perdido o seu filho ou filha para o extremismo violento”. Esta rede social é o palco privilegiado de ação destas “mães coragem”, como lhes chama o jornal El Mundo.

O grupo publicou pela segunda vez uma segunda carta endereçada a Abu Bakr al-Baghdadi, líder do grupo Estado Islâmico, na sua conta do Twitter.

Na missiva, as mães pedem a potenciais candidatos para pensarem duas vezes antes de se juntarem à jihad. E para difundir a mensagem de forma a que esta se torne viral, recorrem a uma técnica chamada #TwitterBomb, que consiste na publicação simultânea de centenas ou milhares de tweets, que quando acompanhadas por essa hashtag podem tornar-se tendência na rede social.

“Estamos a atingir os nossos objetivos porque nas primeiras horas após a publicação das cartas abertas, os seguidores do Estado Islâmico lançaram uma série de ataques para que os tweets deixem de ser tendência. Dizem em 140 carateres que somos uma mentira, que somos mães patéticas”, disse a francesa Christianne Boudreau, diretora do grupo ao jornal espanhol.

A organização de “mães coragem” juntou-se à FATE, Families Against Terrorism and Extremism uma rede de que trabalha com várias comunidades na Europa e Estados Unidos com o objetivo de prevenir o radicalismo, a violência extrema e como forma de luta contra o terrorismo.

As duas entidades publicaram um vídeo no YouTube com o objetivo de sensibilizar a opinião pública para o sofrimento das famílias cujos filhos estão envolvidos com grupos jihadistas, sob o mote “juntar-se ao ISIS destrói famílias, não deixe que destruam a sua”.