O primeiro-ministro esteve em Serralves, no Porto, na sexta-feira à noite, e prometeu a reposição das verbas acordadas com a Fundação de Serralves. “Se não na totalidade, pelo menos parcialmente”, disse aos jornalistas. Ao Observador, a Fundação esclarece que ainda não há “nada em concreto”, nem sobre valores, nem datas estabelecidas.

De acordo com o gabinete de assessoria de imprensa de Serralves, o primeiro-ministro teve reuniões com o Conselho de Administração e com o Conselho de Fundadores daquela instituição cultural.

O anúncio de António Costa é uma boa notícia para Serralves, mas a Fundação ainda não discutiu entre si a possibilidade de reverter as decisões, que levaram à criação da petição “Contra as novas tarifas de Serralves”. “Ao inverterem, pela primeira vez desde a criação desta instituição, a tendência de abertura à cidade, à região e ao país, divergem explicitamente de alguns dos seus objetivos estratégicos, bem como da sua Missão, Visão e Valores”, pode ler-se no texto da petição.

A 1 de fevereiro, o preço do bilhete para visitar o museu subiu de 8,50 para 10 euros. As entradas gratuitas para estudantes com mais de 13 anos acabaram, assim como as manhãs de domingo, sendo que agora é possível entrar gratuitamente no espaço apenas no primeiro domingo de manhã de cada mês. As inaugurações das exposições também continuam a ter entrada livre.

À Lusa, a diretora-geral de Serralves, Odete Patrício, justificou a decisão com os cortes que o Estado tem vindo a fazer desde 2013, não transferindo as verbas que foram acordadas com a Fundação. “A situação está a ficar bastante insustentável”, disse, sublinhando que o aumento dos preços “não vai resolver o problema, mas ajuda”. Para 2016, a instituição recebeu 2,8 milhões do Estado.

Artigo corrigido a 13 de abril.

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