Rússia e Arábia Saudita já terão um acordo para reduzir a produção de crude e acabar com o impasse que se arrasta há cerca de ano e meio. A informação, ainda não confirmada oficialmente, está a ser avançada pela agência noticiosa russa Interfax, que cita “fonte diplomática informada” em Doha. Em reação, os preços do petróleo estão a subir cerca de 4% no mercado, para os valores mais elevados dos últimos quatro meses.

Em causa estará um congelamento da produção de petróleo, acabando com a produção livre que tem existido nos últimos meses e que tem contribuído para a queda dos preços. Segundo a notícia da Interfax, citada pela Bloomberg, a Arábia Saudita estará disponível para avançar para este congelamento independentemente daquilo que venha a fazer o Irão, que está a regressar ao mercado petrolífero após terem sido levantadas as sanções internacionais.

A informação da Interfax é, também, que haverá uma reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) no Qatar no próximo dia 17 de abril. Nessa reunião vão participar outros países produtores que não pertencem à OPEP. Com este aparente avanço, o barril de crude negociado em Londres está a subir 3,4% para 44,28 dólares.

Os sauditas têm estado receosos quanto ao aproveitamento que poderá haver se a OPEP cortar a produção sem garantias de contenção por parte dos produtores não-OPEP. Na cabeça dos sauditas está o receio de que, se a OPEP cortar a produção, poderão ser os produtores russos e norte-americanos a ganhar com a provável subida dos preços.

A Rússia não pertence à OPEP mas terá sido devido à falta de um acordo dentro do cartel que não houve, em dezembro, uma redução das quotas de produção. “Se nós também cortarmos [a produção russa, como a OPEP quer assegurar], os países importadores vão aumentar a sua produção e perderemos parte do nosso mercado”, afirmou no ano passado o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak. Esta foi uma alusão direta aos produtores norte-americanos, mas implicitamente está, também, uma mensagem para os países da OPEP.

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