A ajuda ao desenvolvimento nos países da OCDE foi de 131,6 mil milhões de euros em 2015, um aumento de 6,9% em relação ao ano anterior, com duplicação das verbas para ajuda aos refugiados, alcançando os 12 mil milhões de euros, divulgou a organização.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, descontando-se o aumento dos gastos com os refugiados em termos reais, a ajuda ao desenvolvimento do chamado “clube dos países mais ricos” aumentou 1,7% nos 28 países que formam o seu Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD).

“O aumento dos custos com os refugiados não atingiu significativamente os programas de desenvolvimento”, já que cerca de “metade dos países doadores utilizaram financiamento de outros itens para cobrir essas necessidades”, precisou a OCDE.

Em termos percentuais, Portugal apresentou uma queda na sua ajuda ao desenvolvimento em 16,1% em relação à 2014, segundo a OCDE.

Os fundos destinados para a questão dos refugiados, tanto para albergá-los como para cobrir os gastos legais que geram, representaram 9,1% do total, em relação aos 4% no ano anterior, harmonizados os termos comparativos.

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“Os países têm de encontrar grandes somas de dinheiro para cobrir uma crise de refugiados histórica na Europa e a maioria tem evitado desviar dinheiro dos programas de ajuda ao desenvolvimento. Esses esforços devem continuar”, declarou o secretário-geral da OCDE, o mexicano Ángel Gurría.

O responsável da OCDE sublinhou que “os governos devem assegurar-se de que a ajuda ao desenvolvimento continue a crescer”, antecipando fundos para a questão dos refugiados sem descuidar das dotações orçamentais para a luta contra a pobreza.

“Têm de desenvolver opções a longo prazo para satisfazer os custos futuros dos refugiados e a sua integração nas suas sociedades”, acrescentou Gurría.

A OCDE recordou que um número, “sem precedentes”, de 1,5 milhões de pessoas pediram asilo em 2015 no conjunto dos 34 países membros da organização e que “mais de um milhão” solicitou refúgio na Europa.

Em termos percentuais em relação à 2014, os países do CAD que mais aumentaram os fundos de ajuda de desenvolvimento foram a Grécia (38,7%), Suécia (36,8%), Alemanha (25,9%), Holanda (24,4%), Eslováquia (23,3%) e Eslovénia (21,1%) e os que diminuíram, para além de Portugal, foram a Austrália (11,1%), Bélgica (7,8%), Estados Unidos (7%), Finlândia (5,7%) e Luxemburgo (1,2%).

A Espanha aumentou em 1,5% e a Dinamarca em 0,8% na ajuda ao desenvolvimento.

Em relação ao seu Produto Interno Bruto (PIB), a média dessas dotações orçamentais representou 0,3% em 2015 no conjunto dos países analisados, ao mesmo nível em 2014, acrescentou a OCDE.

As maiores contribuições em função do PIB foram as da Suécia (1,4%), Noruega (1,05%), Luxemburgo (0,93%), Dinamarca (0,8%) Holanda (0,76%) e Reino Unido (0,71%).

As menores contribuições foram da Polónia (0,10%), República Checa (0,12%), Espanha (0,13%), Grécia (0,14%), Coreia do Sul (0,14%), Eslovénia (0,15%), e Estados Unidos (0,17%).

Em termos reais, descontando-se os efeitos como a inflação, a ajuda ao desenvolvimento dos 28 países do CAD aumentou 83% desde o ano 2000.