O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, admitiu, esta quarta-feira, repor a bonificação do tempo de serviço, para efeitos de reforma, aos bombeiros voluntários, mas só depois de avaliar os impactos financeiros da medida.

“Está na minha agenda de trabalho e nas minhas conversas com o Ministro da Segurança Social tentarmos recuperar essa compensação para o voluntariado”, afirmou Jorge Gomes, admitindo repor a bonificação do tempo de serviço que foi reduzida de 25% para 15% em 2007 e extinta no final de 2013, situação com a qual o secretário de Estado da Administração Interna admitiu não estar “satisfeito”.

Nas Caldas da Rainha, onde presidiu à apresentação do dispositivo de combate a incêndios para o Distrito de Leiria, o governante lembrou que, na prática, os bombeiros “trabalhavam quatro anos e contavam cinco para reforma”, mas que, ainda assim, “pagavam a contribuição [referente a esse quinto ano].

Uma “mais-valia” que considera “justo” repor, mas em relação à qual, quando questionado pela agência Lusa, não avançou datas.

“É preciso fazer estudos a todos os impactos financeiros que isso vai trazer”, justificou, acrescentado que o processo “está a ser analisado e negociado” com o Ministério da Segurança Social.

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Jorge Gomes falava no final da apresentação do Plano Operacional de Leiria, referente ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais para 2016, ano em que, segundo o comandante operacional distrital, Sérgio Gomes, “o distrito terá o maior efetivo de sempre”.

Na fase Bravo, entre 15 de maio e 30 de junho, estarão no terreno um total de 55 equipas, com 364 elementos apoiados por 83 viaturas dos bombeiros, GNR, PSP e ICNF (Instituto Nacional de Conservação da Natureza), este último responsável pela prevenção.

O dispositivo especial de combate a incêndio florestal atingirá o seu máximo na fase Charlie (entre 1 de julho e 30 de setembro, período de maior risco), atingindo um total de 83 equipas, 509 operacionais e 113 viaturas.

Na fase delta, entre 1 e 31 de outubro, o efetivo volta a ser reduzido para 47 equipas, 323 operacionais e 73 viaturas.

Em termos de pré-posicionamento e ataque ampliado aos fogos florestais o distrito contará ainda com quatro brigadas de combate a incêndios posicionadas nos quarteis de Leiria (duas), Pombal e Alcobaça e dois grupos de reforço, um dos quais de ataque ampliado e constituído por nove corpos de bombeiros.

No tocante a meios aéreos contará, nas fases Bravo e Delta com um helicóptero bombardeiro médio sedeado em Pombal, a que acresce, na fase Charlie, um helicóptero bombardeiro ligeiro sedeado em Figueiró dos Vinhos.

Meios com que Sérgio Gomes estima manter os “resultados de exceção” dos últimos dois anos no distrito que em 2014 “diminuiu a área ardida”.

Em 2015, apesar de “terem sido registadas o dobro das ocorrências”, a área ardida total foi de 1.000 hectares, muito abaixo da média nacional, que ultrapassa os quatro mil hectares.

Resultados que colheram elogios do secretário de Estado ao distrito reconhecido como “um exportador de recursos” humanos e materiais, dado ser “bem organizado e ter corpos de bombeiros de excelência e que conseguem ser sobrantes” e auxiliar outros distritos nas épocas críticas.