O juiz Santiago Pedraz decretou esta quarta-feira a prisão preventiva de Mario Conde, antigo presidente do Banesto, refere o El Confindencial. Conde, que foi detido na segunda-feira pela Guarda Cívil espanhola, é suspeito dos crimes de branqueamento de capitais, organização criminosa e de ocultar bens do Estado. De acordo com o jornal espanhol, o ex-banqueiro está ainda acusado de outros oito crimes contra as Finanças.

Santiago Pedraz pediu também a prisão preventiva do advogado Francisco Javier de la Vega, que terá ajudado o ex-presidente do Banesto a repatriar, a partir da Suíça e do Reino Unido, dinheiro de que se apropriou do banco que chefiou nos anos 90. Desde 1999, Mario Conde terá repatriado mais de 13 milhões de euros.

Para a filha de Conde, também detida pelas autoridades na segunda-feira, o juiz decretou igualmente prisão preventiva. Já o filho do ex-banqueiro, Mario, que também se encontrava detido, saiu em liberdade ao ser considerado como testa de ferro de Francisco de Asís Cuesta, Cristina Fernández Álvarez e Roland Stanek, os restantes arguidos. Estes últimos terão de, a partir desta quarta-feira, comparecer semanalmente no tribunal. Estão proibidos de sair do país e terão de entregar os respetivos passaportes.

Em julho de 2002, Mario Conde foi condenado pelo Supremo Tribunal a 20 anos de prisão por apropriação indevida de bens, fraude e falsificação de documentos durante os anos que geriu o Banco Espanhol de Crédito, uma pena que foi entretanto reduzida.

O caso de Conde foi o mais longo da justiça espanhola, e começou com a prisão de Conde em 1994, por gestão danosa do Banesto. Quando foi afastado do conselho de administração do banco, este estava com um buraco financeiro de 2.700 milhões de euros, o que obrigou à intervenção do Banco de Espanha. O ex-banqueiro saiu em liberdade condicional em 1999, depois de vários recursos que permitiram a redução da pena inicial.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR