O ex-líder do partido Liberdade do Povo e ex-vice primeiro-ministro russo, Boris Nemtsov, elaborou um relatório em que expõe os luxos de Vladimir Putin. Luxos que, acusa Nemtsov, são comprados (e mantidos) pelo dinheiro dos contribuintes russos. A notícia na Rússia não o foi. Então Boris Nemtsov resolveu partilhar o relatório online. Isto em 2012. Entretanto, em fevereiro de 2015, Nemtsov foi assassinado.
Lê-se no relatório de 32 páginas que Putin é proprietário de 20 casas de luxo, 43 jatos e quatro iates — um deles com 53,7 metros, piscina de hidromassagem, uma cascata e uma adega de vinho. Entre as casas, destacam-se um palácio imperial em S. Petersburgo, chalés de férias com o Mar Negro por paisagem, e um outro chalé de esqui com sauna e uma sala só para bilhar. A manutenção de todos estes bens custa cerca de dois mil milhões de euros por ano aos contribuintes russos.
“Uma das razões que o leva [Putin] a manter-se no poder é a atmosfera de riqueza e luxo à qual se habituou. Num país onde mais de 20 milhões de pessoas vivem com dificuldades, a vida luxuosa do presidente é um desafio descarado à sociedade. Ele confunde há muito tempo a propriedade do governo com a sua propriedade. Este é um estilo de vida insolente, cínico e luxuoso à custa dos contribuintes”, acusava Boris Nemtsov em 2012, citado pela Reuters.
À época porta-voz de Putin, Dmitry Peskov não deixaria as acusações sem resposta, declarando que “tudo isso é propriedade do governo e Vladimir Putin usa tudo legalmente, enquanto presidente eleito”. O presidente russo declara rendimentos anuais na ordem dos 3,6 milhões de rublos, menos de 90 mil euros.