O governo, de centro esquerda, de Malta sobreviveu à moção de censura apresentada na sequência das informações reveladas pelos Panama Papers que envolvem o ministro da Energia e o chefe de gabinete do primeiro-ministro.

Após 13 horas de debate no parlamento, em que 50 dos 69 deputados pediram para falar, a moção de censura apresentada pela oposição foi derrotada por 38 votos contra 31.

O primeiro-ministro, Joseph Muscat, disse, durante a madrugada, na rede social Twitter que a expressão da votação “foi firme, sem ambiguidades” e que concede ao executivo toda a energia para continuar a trabalhar.

Entretanto, o líder da oposição Simon Busuttil afirmou que o governo “está em crise” por causa da corrupção.

O ministro da Energia, Konrad Mizzi e o chefe de gabinete de Muscat, o empresário Keith Schembri, são citados na documentação da firma Mossack Fonseca, com sede no Panamá.

Os documentos que foram revelados pelo consórcio internacional de jornalistas sobre ‘offshores’ indicam que a firma de advogados tinha sido instruída para abrir, em nome dos dois envolvidos, contas bancárias em paraísos fiscais nas Caraíbas, Panamá, Dubai e Miami.

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As mesmas notícias indicam que, alegadamente, os depósitos iniciais correspondem, pelo menos, a um milhão de dólares.

Mizzi e Schembri já negaram qualquer envolvimento no caso e recusaram-se a apresentar a demissão dos cargos políticos que ocupam.

Segundo a France Presse, Muscat disse que vai esperar pela conclusão das investigações para depois tomar decisões.

As revelações que surgem na sequência da divulgação dos “Papéis do Panamá” estão a ter consequências a nível global.

O ministro da Indústria do governo espanhol, José Manuel Soria, demitiu-se na passada sexta-feira, depois de ter negado inicialmente qualquer ligação com as empresas sediadas em paraísos fiscais e o primeiro-ministro da Islândia, Sigmund David Gunnlaugsson, foi forçado a apresentar a demissão depois de terem sido descobertas as várias contas que mantinha nas Ilhas Virgens Britânicas.