“Não sei se uma mulher seria capaz de conduzir um carro da Fórmula 1, a grandes velocidades. E caso fosse, não seria levada a sério.” A afirmação foi proferida pelo presidente da Formula One Management (FOM), Bernie Ecclestone, durante uma conferência sobre o referendo britânico relativo à permanência na União Europeia.
No início do ano Ecclestone já tinha afirmado que achava que uma mulher a competir na Fórmula 1 não seria levada a sério. Quando questionado sobre se antevia o regresso de uma mulher piloto às competições da Fórmula 1, o presidente da FOM afirmou que não acreditava que indivíduos do sexo feminino tivessem capacidade para entrar no principal campeonato do desporto automóvel.
A última vez que uma mulher competiu num grande prémio da Fórmula 1 foi com a condutora italiana Lella Lombardi, que disputou provas entre 1974 e 1976, sem grandes sucessos. Desde então as mulheres nunca passaram dos campeonatos de acesso à Formula 1. Foi o caso de Alice Powell, que correu na GP3, uma competição com carros menos potentes durante uma temporada inteira. Ecclestone recordou esse caso, mas ressalvou que mesmo assim não imagina uma mulher a participar no circuito dos Grandes Prémios, informa o The Guardian.
“As mulheres são mais competentes e não têm egos gigantescos“, afirmou Ecclestone, referindo que devido a estas qualidades a F1 acabará por ter, no futuro, mais mulheres na chefia da modalidade.
Mas não foram apenas estas as declarações controversas feitas pelo homem que manda na Fórmula 1 durante essa conferência sobre o Brexit. O presidente da FOM falou ainda sobre Putin, Donald Trump e imigrantes. Afirmou, por exemplo, que “a Europa é cada vez menos importante, ponto final”. Questionado sobre se se referia à Europa de Leste ou a Europa Ocidental, pois o magnata britânico já tinha expressado a sua admiração por Vladimir Putin, Ecclestone não se atrapalhou: “Ele devia governar a Europa”, pois “faz o que diz que vai fazer, deixa o trabalho feito”
Em 2009, Ecclestone afirmou que Adolf Hitler também “era um homem que deixava o trabalho feito”.
