O Sindicato dos Estivadores inicia esta quarta-feira um novo período de greve no Porto de Lisboa, que se prolonga até 12 de maio, devido à falta de entendimento com os operadores para um novo contrato coletivo de trabalho.

Em comunicado, o Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal indicou que o pré-aviso de greve abrange todos os trabalhadores que exercem a sua atividade profissional na área do Porto de Lisboa e também nos portos de Setúbal e da Figueira da Foz, para abranger navios que possam vir a ser desviados para aí devido ao contexto de greve.

Os estivadores vão fazer greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusam trabalhar além do turno, aos fins de semana e dias feriado.

Desde janeiro, sindicato e operadores estavam a negociar um acordo coletivo de trabalho, mas no início de abril as negociações para um acordo de paz social foram suspensas, apesar de existir consenso em várias matérias, segundo o Governo, que mediou este conflito.

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“Lamenta-se que tendo conseguido a conciliação em matérias determinantes neste conflito laboral não tenha sido possível alcançar, até agora, o compromisso nas matérias que se identificaram”, refere um comunicado do Ministério do Mar.

O gabinete da ministra Ana Paula Vitorino explicou que “não foi possível obter um acordo entre as partes quanto à forma de progressão na carreira (se baseada no mérito ou efetuada de forma automática), nem sobre a organização e o planeamento da atividade portuária (se feita por trabalhadores portuários ou pelos responsáveis pela gestão portuária)”.

Apesar da ausência de um entendimento entre o Sindicato dos Estivadores e os operadores do Porto de Lisboa, o Governo afirmou ser “desejável que as partes consigam ultrapassar, no mais curto prazo de tempo, este novo impasse, num momento crucial para o desenvolvimento do Porto de Lisboa e para o desenvolvimento da região e do país”.

Inicialmente, foi definido o prazo de final de fevereiro para que as partes pudesse fechar um acordo coletivo de trabalho no Porto de Lisboa, depois de, a 8 de janeiro, os estivadores e os operadores terem chegado a uma base de entendimento, que levou à retirada imediata dos pré-avisos de greve.

Nesse dia, a ministra do Mar explicou que o acordo alcançado para retomar as negociações “foi muito importante”, pondo um ponto final num conflito que “durava há três anos”.