O incêndio que deflagrou esta terça-feira no Departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa terá impacto no trabalho científico desenvolvido naquele laboratório, confirmou ao Observador a coordenadora do grupo de investigação, Ana Isabel Ricardo. “Este incidente vai com certeza causar um atraso no andamento dos trabalhos em curso.”

Tanto quanto foi possível apurar, “ocorreu um curto-circuito num crióstato ou na régua de estabilização de corrente”, que acabou por danificar muitos outros equipamentos daquele laboratório, explica a investigadora. “Ainda não é possível listar todos os equipamentos que ficaram danificados”, disse Ana Isabel Ricardo numa resposta por email. A investigadora também ainda não sabe como vai recuperar todo este material e o normal funcionamento do laboratório. “Sei que o Estado não pode ter seguro.”

No laboratório, Ana Isabel Ricardo avança uma lista possível de equipamento perdido: “sensores de pressão e temperatura, bombas de HPLC [Cromatografia líquida de alta eficiência], back-pressure e banho criostático”. Todos estes equipamentos fazem parte da instalação de produção de membranas em semi-contínuo.

O grupo de investigação de Ana Isabel Ricardo “desenvolve novos materiais inteligentes para diversas aplicações”. “Em particular, temos desenvolvido fármacos inteligentes para inalação, membranas para tratamento de feridas, materiais com impressão molecular para separações por afinidade e deteção de moléculas específicas, materiais inteligentes para biosseparação”, explica a investigadora. “Uma preocupação nossa é o desenvolvimento de processos mais limpos para realizar as sínteses, os métodos de funcionalização e o processamento de polímeros.”

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