Uma juíza do tribunal de Almada decidiu libertar um cidadão estrangeiro detido por suspeitas de abuso sexual agravado de uma menina de 13 anos. O suspeito, de 24 anos, até tinha viagem marcada para o seu país de origem, mas a magistrada considerou não haver perigo de fuga para prendê-lo preventivamente.

Segundo o comunicado da Polícia Judiciária (PJ), o crime de que é suspeito ocorreu em finais de 2014. Uma fonte policial explicou ao Observador que o agressor trabalhava com a mãe da vítima numa agropecuária na zona do Montijo. Eram cidadãos de Leste que viviam com compatriotas em casas arrendadas nos arredores do local de trabalho.

Depois de conhecer a vítima pessoalmente, o suspeito acabou por estreitar relação com ela através da internet. Horas de conversas virtuais e acabou por vir o “namoro” e, depois “as relações sexuais”. O agressor ter-se-á encontrado com a menina de 13 anos na casa dele, mas acabou por atacá-la com violência.

“Do abuso cometido, resultaram sequelas físicas e psicológicas para a vítima, que recebeu tratamento hospitalar, faltou às aulas durante vários dias e se auto mutilou”, descreve a PJ em comunicado.

Só mais tarde, e quando percebeu que as hemorragias não passavam, é que a menina terá contado o que aconteceu à mãe. Por vergonha, recusou ir à escola e chegou mesmo a cortar os pulsos, na tentativa de pôr termo à vida. “Mãe e filha acabaram por mudar de casa, porque ambas sentiam vergonha”.

A Polícia Judiciária constituiu o suspeito arguido, mas acabou por detê-lo só esta semana. Como partilhava casa com vários compatriotas “foi difícil localizá-lo”, diz a fonte. O suspeito tinha uma viagem de ida e volta marcada para o seu país de origem, o que para a Polícia pode constituir uma oportunidade de fuga.

Presente ao tribunal de Almada para aplicação de uma medida de coação, a magistrada acabou por libertá-lo. Obrigou-o a entregar o passaporte dentro de cinco dias, proibiu-o de se ausentar do País e de contactar com a vítima.

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