“Chantagem” e “submissão”. No editorial do “Avante!”, órgão de comunicação oficial do PCP, os comunistas não poupam críticas à atuação de Marcelo Rebelo de Sousa em Estrasburgo. Mais: questionam a lei de desblindagem desenhada pelo Governo socialista e depois promulgada pelo novo Presidente da República. “Ou a banca é pública, ou não é nacional”, repete o “Avante!”.

“A visita do Presidente da República ao Parlamento Europeu, onde proferiu uma intervenção de submissão à UE contrária à defesa dos valores da soberania e independência nacionais que a Constituição da República consagra e que ainda há pouco tempo jurou cumprir e fazer cumprir”, criticam os comunistas.

A gestão da crise do sistema financeiro e do processo de resolução e venda do Banif acabam por concentrar grande parte das críticas do PCP. “[A lei da desblindagem da banca], ao alterar as restrições aos efeitos do voto dos acionistas, vem favorecer ainda mais essa concentração [privada] e a deslocalização do País dos seus centros de decisão”, pode ler-se no editorial do “Avante!”.

O “Avante!” denuncia aquilo que acredita ser a “negativa evolução no setor financeiro” – em que Marcelo e António Costa têm também responsabilidades – e o “aumento da chantagem da União Europeia, do FMI e do BCI patente na postura arrogante do seu presidente, Mario Draghi”. “O caso BPI encaixa nas imposições e objetivos do BCE ao facilitar a tutela dos interesses espanhóis sobre a Banca portuguesa (de que faz parte a OPA do La Caixa) com consequências negativas para Portugal”, conclui o PCP.

“A luta”, reiteram os comunistas “deve prosseguir contra o diktat financeiro do BCE e as imposições e chantagens do FMI e da UE que, conjuntamente com o PSD e CDS, procuram potenciar os problemas que vivemos em resultado de décadas de política de direita agravados pelo pacto de agressão”.

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