Além da volatilidade do preço do petróleo, a Galp Energia enfrenta o desafio de uma potencial inovação tecnológica alterar o modelo de negócio da indústria, afirmou o presidente executivo da empresa, Carlos Gomes da Silva.

“Um dos nossos desafios é antecipar disrupções nesta indústria em termos de conceitos ou tecnologias que possam afetar o modelo de negócio”, disse na quarta-feira à noite, em Londres, durante um jantar promovido pelo Centro Português de Estudos (CPE).

Carlos Gomes da Silva disse estar confiante de que é na tecnologia que poderá estar não só a chave para alguns projetos futuros, como também para responder a uma potencial crise prolongada de preço baixo do petróleo.

Perante o cenário hipotético de o preço do barril se ficar pelos 30 dólares (em vez dos cerca de 45 atuais), respondeu que a tecnologia seria uma solução para esse problema.

“Seríamos mais eficientes, a margem [de lucro] seria mais pequena e a tecnologia aumentaria dramaticamente”, vincou, acrescentando que, porém, não concorda com aquela projeção.

Nas perspetivas financeiras da empresa, é previsto que o preço do barril de Brent suba gradualmente até aos 70 dólares por barril em 2020.

O gestor falava para um grupo de profissionais portugueses no Reino Unido, partindo do tema “A minha língua é a minha pátria” na perspetiva de estratégia de negócios.

Nesse sentido, declarou que o potencial de crescimento que a Galp Energia hoje apresenta se deve ao investimento nos países lusófonos, em particular o Brasil, Angola e Moçambique.

A Galp está também presente nos restantes países de expressão portuguesa, como São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Guiné Bissau e Cabo Verde.

“Vamos continuar a desenvolver a nossa presença nesses mercados. Sentimo-nos mais confortáveis no Brasil do que, por exemplo, no Uganda”, justificou.

O CPE organiza regularmente jantares com oradores portugueses, tendo no passado convidado a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, o antigo secretário de Estado e agora comissário europeu Carlos Moedas ou o anterior ministro da Economia, António Pires de Lima.

Para o final de maio ou início de junho está programado receber o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, que vai centrar a intervenção na influência da língua, neste caso na política.

Mais tarde, Carlos Moedas vai regressar para refletir sobre o resultado do referendo britânico à saída ou permanência da União Europeia a 23 de junho.

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