“Esse painel mata centenas de mosquitos do zika por dia.” É o que se lê no “Painel Mata Mosquito”, uma nova campanha de sensibilização para os riscos do mosquito Aedes aegypti lançada no Brasil por duas agências de publicidade.
À primeira vista parece um outdoor normal. No entanto, a estrutura –desenhada para ser instalada em zonas urbanas — encontra-se equipada “com uma tecnologia que atrai e mata o mosquito Aedes aegypti“. Além do zika, este inseto é responsável pela transmissão de doenças como o dengue e o chikungunya.
Como funciona? O painel emite duas substâncias — ácido lático e dióxido de carbono — que imitam o suor e a respiração humana, explicam os criadores. A solução atrai mosquitos num raio de até quatro quilómetros. Ao entrarem no painel, os mosquitos ficam presos e acabam por morrer, desidratados.
Os criadores querem ainda que outros repliquem a ideia. Para tal, disponibilizam gratuitamente o esquema do projeto, numa tentativa de mobilizar a população para “acabar com o Aedes aegypti“. À BBC, um dos responsáveis estima que o custo por painel deverá rondar os 1.000 Reais brasileiros (aproximadamente 250 euros). Mas será uma boa ideia? A cadeia de televisão britânica cita “um especialista” para alertar que o painel “pode atrair [os] insetos para áreas onde exista” uma grande concentração de pessoas.Com ou sem painel, a doença do zika é já considerada uma “emergência global” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), referem as agências no site do projeto. O problema tem tido especial incidência no Brasil e as preocupações aumentam, numa altura em que o país se prepara para acolher os Jogos Olímpicos de Verão.
Este mês, cientistas brasileiros terão confirmado que o vírus mata células do cérebro. Desde o início do surto foi registado um aumento de casos de microcefalia em recém-nascidos e suspeita-se que a doença é responsável por malformações em fetos. Em janeiro, estimava-se que pelo menos três a quatro milhões de pessoas estariam infetadas em todo o mundo. Em fevereiro haviam mais de 1.5 milhões de casos confirmados no Brasil, indica um relatório da OMS.