Os nomes de Ângelo Correia, Pedro Queiroz Pereira e de membros da família Champalimaud aparecem nos Panama Papers.

Segundo a TVI e o Expresso, que integram o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação que está a analisar os documentos da Mossack Fonseca, a sociedade de advogados com sede no Panamá criou pelo menos duas empresas offshore em nome de Pedro Queiroz Pereira, dono da Portucel e da Semapa e um dos homens mais ricos do país. Uma das contas, criada em 2006 no Panamá, chamava-se Neeley Marketing e foi usada para aluguer de jatos privados, tendo sido extinta em 2010.

A segunda empresa teve vida mais longa: criada em 2005, só em 2015 — depois de Pedro Queiroz Pereira ter saltado para a ribalta mediática devido à sua prestação na comissão parlamentar de inquérito ao BES — é que foi extinta. Chamava-se Grantfield Overseas e os dois meios de comunicação portugueses que investigam os Panama Papers não revelam a que fim se destinava. Queiroz Pereira está fora do país, incontactável.

Ângelo Correia, ex-ministro do PSD, é mais um nome conhecido que aparece entre os 11,5 milhões de documentos que fazem parte da fuga de informação da Mossack Fonseca. O antigo titular da pasta da Administração Interna (no Governo de Balsemão) foi administrador da offshore Anchorage Group Assets, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, durante nove meses entre o fim de 2004 e meados de 2005 — numa altura em que estava afastado da vida política. A empresa funcionava com ações ao portador, por isso é virtualmente impossível saber quem eram os verdadeiros donos.

Contactado pelo Expresso e pela TVI, Ângelo Correia afirmou-se surpreendido. “Trabalhei para muita gente e pode ter sido que me tenham nomeado para essa empresa e eu tenha assinado”, disse.

Por fim, os últimos nomes revelados pelo consórcio esta sexta-feira são de familiares do milionário António Champalimaud. O filho, Luís Champalimaud, aparece associado a uma offshore chamada Newlake Investments, usada para a compra e venda de ações e obrigações. No entanto, não se percebe qual a relação que ele tinha com essa empresa, que existiu entre 2006 e 2014. O empresário não quis comentar o assunto.

Já o nome de uma das netas do milionário, Sofia Charters Monteiro, consta de documentos ligados à Oyster Investments Group, uma empresa sediada no Panamá de que não se conhecem, segundo a investigação, mais pormenores. Sofia Charters Monteiro não respondeu às perguntas da TVI e do Expresso atempadamente.

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