A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia afirmou esta sexta-feira que os polícias são “completamente ignorados” ao longo da careira, existindo casos em que apenas sobem três vezes de posto, o que contribui para a sua desmotivação.

Os problemas que afetam os polícias estiveram entre as questões abordadas pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), que ao longo do dia de hoje promove a conferência “Os polícias portugueses no centro dos novos desafios europeus”, no âmbito das comemorações dos 27 anos da manifestação dos “secos e molhados”.

“Há momentos em que tudo já é um problema”, disse aos jornalistas o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, considerando que os equipamentos e meios policiais são questões importantes levantadas ao longo do tempo, mas existem “outras coisas que é preciso garantir” para manter a motivação dos policiais.

Paulo Rodrigues adiantou que há polícias que são “completamente ignorados” na sua carreira profissional e só conseguem subir de posto pela primeira vez 16 anos depois de iniciarem as funções.

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“O que significa que no final da carreira conseguiu subir três postos, isto não pode acontecer, isto é matar completamente aquilo que é a motivação de qualquer profissional”, disse, avançando que os polícias são muitas vezes “ignorados pela hierarquia”.

Segundo o presidente da ASPP, há casos concretos de polícias que sempre “deram o seu melhor”, mas quando precisaram da hierarquia foram ignorados.

O presidente do sindicato mais representativo da PSP afirmou também que há uma discriminação entre “os oficiais e os agentes ou chefes”, sendo estes últimos, por vezes, “completamente desvalorizados”.

“Não podemos deixar que os profissionais, mesmo aqueles que trabalham bem, estejam uma eternidade para subir de posto, não podemos deixar que um polícia esteja 36 anos para subir dois ou três postos, estamos a falar de profissionais competentes”, realçou, acrescentando que o novo estatuto profissional da PSP tem algumas vantagens no que toca às promoções.

“O estatuto que foi aprovado, não sendo o ideal, traz algumas vantagens, só que essas vantagens estão a ser camufladas ou ignoradas para não cumprir aquilo que está previsto”, disse ainda.