De São Vicente para Praia e de Praia para a Boavista. Era esta a rota de lua-de-mel da portuguesa Alexandra Valente. Esteve fechada durante seis horas numa sala de embarque do Aeroporto Nelson Mandela, na Praia, em Cabo Verde, desde as 12h00 (14h00 de Portugal) até às 18h00 (20h00). Com ela estavam cerca de mais 100 pessoas, sobretudo cabo-verdianos.

Por esta hora Alexandra já levantou voo, mas a tarde não foi fácil. O voo para Boavista estava previsto para as 13h00 e começou a atrasar sem que ninguém dissesse “nada”, contava Alexandra ao Observador. Até que foi pedir informações a uma das funcionárias que não lhe soube adiantar qualquer informação. Voltou uma segunda vez e ficou outra vez sem resposta.

“Entretanto, saiu um discurso a dizer que o voo para as Canárias estava atrasado por questões de segurança, mas sobre o nosso voo não disseram nada”, conta a portuguesa ao Observador, relatando que, ao mesmo tempo, começou a notar um “corrupio de polícias e tripulações” e a ver os aviões todos parados na pista.

Voltou a pedir explicações pelo atraso. “Fui ter com uma a supervisora e ela adiantou que havia problemas com segurança em terra, nada que tivesse a ver com os aviões e a segurança deles, e que estava complicado. Deu a entender que talvez não houvesse mesmo voos hoje e que havia informações sobre isso na internet.” Alexandra Valente foi então procurar explicações para o atraso na internet e foi então que viu a notícia sobre os 11 mortos num posto militar na ilha. Mas nunca ninguém lhe disse que os dois acontecimentos estavam relacionados.

“Isto aqui está composto! Estão pessoas que vão para o Sal, Boavista, São Nicolau, e Canárias, penso eu. O pior é que nem nos deixam sair! Estou cheia de fome e ninguém nos diz nada. A companhia que ia para as Canárias já disponibilizou comida e vales para os seus passageiros. Nós que vamos pela TACV nada”, contava ao Observador pelas 19h00 de Lisboa. Alexandra só conseguiu seguir viagem por volta das 20h00 de Lisboa.

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