O Brasil está “atolado numa recessão profunda” devido aos problemas económicos e políticos, alertou esta quarta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI) num relatório divulgado na Cidade do México.

No início do mês, o FMI anunciou que a economia brasileira deverá sofrer uma contração de 3,8% este ano e deverá estagnar em 2017.

A previsão anterior, divulgada em janeiro, apontava para uma queda de 3,5%.

Os dados fazem parte de um estudo do FMI sobre a América Latina, segundo o qual a economia da região deve sofrer uma contração de 0,5% em 2016, marcando dois anos seguidos de crescimento negativo pela primeira vez desde a crise da dívida de 1982 e 1983.

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O Fundo alertou também que “uma deterioração mais profunda da situação no Brasil poderia levar a uma reavaliação repentina de projetos regionais, a uma redução da demanda de exportações entre parceiros comerciais na região e a um aumento na perceção de risco”.

Entre os “vários riscos de deterioração”, as perspetivas regionais estão particularmente vulneráveis a uma desaceleração da economia chinesa maior que o esperado, dado que o país asiático é o destino de entre 15% a 25% das exportações do Brasil, Chile, Peru, Uruguai e Venezuela, segundo o FMI.

O Brasil enfrenta momentos de incerteza política, com a Presidente Dilma Rousseff a ser alvo de um processo de destituição do cargo, que não ajudam a enfrentar a recessão económica, o aumento do desemprego e a inflação.