A CGTP defendeu esta quarta-feira que a execução orçamental até março confirma “a necessidade de pôr cobro à sangria de recursos” do Estado para pagar juros da dívida pública, considerando que é “urgente encetar um processo de renegociação”.

O défice orçamental, em contas públicas, subiu para 823,9 milhões de euros até março, mais 107,9 milhões de euros do que o registado no primeiro trimestre do ano passado, segundo dados divulgados pela Direção-Geral de Orçamento (DGO) na terça-feira.

O saldo das administrações públicas piorou 107,9 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2015, passando de 716 milhões de euros para 823,9 milhões de euros.

Em comunicado esta quarta-feira emitido, a Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses (CGTP) refere que estes dados “traduzem a necessidade de pôr cobro à sangria de recursos que todos os dias saem dos cofres do Estado para pagar os encargos com uma dívida pública que, em parte, é ilegítima e, no seu todo, insuportável”.

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A CGTP afirma ainda que, entre janeiro e março deste ano, “o Estado gastou mais em juros e encargos da dívida do que nos salários de todos os médicos do SNS [Serviço Nacional de Saúde] e dos professores do ensino básico e secundário”, sublinhando que “Portugal é o país da UE [União Europeia] onde os juros da dívida mais pesam no PIB [Produto Interno Bruto]”.

Por isso, a CGTP defende que é “urgente encetar um processo de renegociação da dívida pública que envolva os seus montantes, juros e prazos”, uma vez que isso ia libertar “capacidade financeira para apostar na satisfação das necessidades essenciais dos trabalhadores e do povo”.

Para a CGTP, é preciso “uma política alternativa” que inclua “medidas corajosas que incidam sobre a despesa parasitária, nomeadamente aquela que se prende com os juros da dívida, mas também a relativa a PPP [Parcerias Público Privadas], aos [contratos] ‘swap’ [produtos financeiros associados a empréstimos bancários] e às ajudas ao setor financeiro”.