24 polícias ficaram feridos na sequência dos protestos violentos registados esta sexta-feira de madrugada em Paris. Durante a noite foram detidas mais de 120 pessoas.
As forças de segurança utilizaram gás lacrimogéneo contra manifestantes que atiravam garrafas e pedras, deixando três polícias gravemente feridos, informou o ministro do interior francês, Bernard Cazeneuve.
Os protestos foram para além de Paris, estendendo-se a Nantes, Toulouse, Lyon e Marselha, estimando-se que 170.000 trabalhadores e estudantes tenham saído à rua para manifestar esta quinta-feira. Em todo o país foram presas 124 pessoas, segundo Cazeneuve.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, afirmou que aqueles que recorreram a meios violentos durante os protestos serão “levados à justiça”, informa o The Guardian.
Os protestos começaram frente ao Palácio da República e, quando os manifestantes se recusaram a abandonar o local, a polícia utilizou granadas de atordoamento e gás lacrimogéneo para fazer dispersar as centenas de pessoas que ali se concentravam.
A polícia, gradualmente, começou a empurrar os manifestantes para outras ruas da cidade, tendo procedido à detenção de vários indivíduos.
Durante a noite foram queimados pelo menos dois autocarros e duas motas. No entanto, um representante de um sindicato afirmou que estas ações de violência não tiveram nada a ver com o protesto organizado. “Nós sempre condenámos a violência”, afirmou o sindicalista.
Também um dos representantes dos movimentos estudantis, William Martinet, afirmou que os estudantes condenavam os atos de violência por parte de manifestantes, mas acrescentou que a polícia “abusou na força utilizada”.
Os protestos são contra uma proposta do governo que pretende tornar as leis do emprego mais flexíveis, em França. Uma das medidas propostas é permitir aos empregadores despedirem os empregados em situações económicas mais difíceis. Estas medidas têm causado várias ações de contestação dirigidas contra o presidente francês, Fraçois Hollande.
O grupo Nuit Debout (Acordados toda a noite), constituído principalmente por jovens, tem liderado uma série de protestos noturnos nas últimas quatro semanas. Nos últimos dias, os apoiantes do grupo têm vindo a diminuir.
Em França o desemprego afeta 10% da população em geral e 25% da população jovem.