O vice-Presidente brasileiro, Michel Temer, disse que, se assumir a Presidência com a destituição da Presidente Dilma Rousseff, não se candidatará ao cargo nas eleições de 2018.

“Sem dúvida alguma [apoiaria o fim da reeleição]. Até porque isso me daria maior liberdade para a ação governamental se eu vier a ocupar o governo”, afirmou Michel Temer, em entrevista ao canal brasileiro de televisão SBT esta quinta-feira.

Michel Temer referiu também que o seu eventual governo apoiaria “sem dúvida alguma” o fim da reeleição, numa declaração entendida como um aceno ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), da oposição, junto de quem Michel Temer procura apoio para conseguir governar, caso Dilma Rousseff seja afastada da Presidência.

Sobre a proposta de antecipar eleições gerais, o dirigente do Partido do Movimento Democrático do Brasil (PMDB) considerou que “essa tese perdeu substância nos últimos tempos”.

Na entrevista, o governante afirmou acreditar que poderá contar com o apoio do Congresso para aprovar as medidas que julgar necessárias para melhorar a economia.

“Ficaria felicíssimo se, ao final de um eventual governo, eu conseguisse colocar o país na rota do crescimento, conseguisse pacificar. Não podemos mais ter essa coisa de brasileiros contra brasileiros”, frisou.

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O vice-Presidente reforçou que a sua principal preocupação, caso assuma a Presidência, será adotar medidas económicas para que o Brasil volte a crescer e permitir “a geração de empregos”.

“Não fale em crise. Trabalhe ou invista. Esta é a mensagem que eu penso que o Brasil precisa”, vincou.

Michel Temer admitiu que sente um grande peso com a possibilidade de assumir a Presidência, porque tem pouco tempo para formar um eventual governo e definir uma estratégia.

Depois de aprovado na Câmara dos Deputados no passado dia 17, o processo de destituição da Presidente prossegue agora no Senado, sendo que, se também ali for aprovado, Dilma Rousseff será temporariamente afastada por um período de até 180 dias.