A China negou permissão para o porta-aviões USS John C. Stennis e outros navios da sua escolta acederem a um porto de Hong Kong, informou a CNN este sábado, citando fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

“Informaram-nos recentemente que um pedido para realizar um ‘escala’ em Hong Kong por parte do USS John C. Stennis e de outros barcos que o acompanham foi negado”, disse, esta sexta-feira, o porta-voz do Pentágono Bill Urban, à cadeia de televisão.

“Temos um longo historial de ‘escalas portuárias’ bem-sucedidas em Hong Kong, incluindo a atual do USS Blue Ridge e esperamos que continue a ser assim”, afirmou Urban, indicando que, de momento, os Estados Unidos desconhecem o motivo pelo qual a China rejeitou o acesso ao porto por parte do seu porta-aviões.

Tratou-se da primeira vez que um navio da Marinha dos Estados Unidos viu-lhe ser negada permissão para aportar em Hong Kong desde agosto de 2014, segundo o porta-voz do Pentágono.

O ‘não’ de Pequim tem lugar duas semanas depois de o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, ter defendido, a partir das Filipinas, que se preserve de, forma pacífica, a prosperidade do Mar do Sul da China, e de ter visitado precisamente o USS John C. Stennis, localizado então numa zona disputada pela China, Taiwan, Vietname e Filipinas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Nessa visita, Ashton Carter confirmou que os Estados Unidos e as Filipinas efetuam patrulhas marítimas no Mar do Sul da China e anunciou o aumento da presença militar naquele país asiático.

“Esperamos que os Estados Unidos possam fazer corresponder as suas palavras com as suas ações e contribuir para o desenvolvimento pacífico das disputas”, respondeu Lu Kang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa, em Pequim, no mesmo dia da visita do secretário da Defesa ao navio.

Numa resposta escrita ao jornal South China Morning Post, enviada na noite de sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China diz que os pedidos de escala feitos por navios de guerra dos Estados Unidos são avaliados “caso a caso em conformidade com os princípios de soberania e circunstâncias específicas”.

Hong Kong, uma das duas Regiões Administrativas Especiais da China, a par com Macau, goza de “alto grau de autonomia”, exceto nas áreas da Defesa e das Relações Externas, incluindo matérias relacionadas com visitas de navios de guerra estrangeiros, que são da competência exclusiva do Governo central chinês.