A África do Sul é, hoje, um dos países que mais emissões poluentes produz anualmente. Não só no continente africano, como em todo o mundo. Isto segundo um relatório da organização ambiental Grounwork, que coloca os sul-africanos no 12.º lugar nesta lista. Até ao fim do século XXI, a temperatura média na África do Sul subirá entre 6 a 12º centígrados — o que pode afetar drástica (e irremediavelmente) a qualidade de vida no país.

Sabendo disto, o presidente sul-africano Jacob Zuma tem promovido medidas para melhorar a sua sustentabilidade energética, tornando a África do Sul menos dependente das energias fósseis e aproximando-o das fontes renováveis como a solar. Entre 10 a 20% por cento de toda a energia produzida no país deverá ser, até 2020, renovável.

Exemplo disso é o empreendimento, luxuoso e ecológico, que vai nascer na Cidade do Cabo dentro em breve, e que ficará pronto a habitar em meados do primeiro trimestre de 2017. O projeto está a cargo do ateliê de arquitetura Swisatec, custará perto de 900 milhões de euros (qualquer coisa como 14 mil milhões de rands, a moeda sul-africana), e vai nascer no que hoje é o resort Blue Rock, em Somerset, uma área conhecida pelos suas vinhas.

Terminada a construção, estarão disponíveis a habitar mil apartamentos, que terão mas imediações um hospital, lojas, escolas, restaurantes, tudo o que uma cidade precisa. Exceto a poluição. É que a eficiência energética é a palavra-chave em Blue Rock. Não só por ter painéis solares em cada edifício, não só por Blue Rock ter reservatórios que o tornam autosuficiente no consumo de água, não só pela tecnologia LED que ilumina casas e ruas, mas sobretudo porque, aqui, os carros não circulam. Aliás, nem sequer chegam a entrar. Pelo menos os que não são elétricos.

Não se sabe ainda quanto custará cada apartamento nesta vila ecológica. Mas a ecologia tem um preço. Pelo menos a de luxo.

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